Fugindo do comunismo: cresce número de chineses que enfrentam rotas ilegais rumo aos EUA

Os registros oficiais dos EUA revelam um crescimento exponencial no número de chineses que enfrentam rotas ilegais em direção ao país.

Dados do ano passado mostram que cerca de 37 mil migrantes do gigante asiático foram detidos na fronteira com o México, um movimento que aumentou quase 10 vezes em comparação ao ano anterior, 2022.

A maioria das análises, como a da revista Foreign Policy, aponta que esse “êxodo” não é uma novidade no contexto migratório. Contudo, o que chama a atenção é que, cada vez mais, diferentes grupos que antes não buscavam essa alternativa têm optado por deixar o país em condições ilegais.

É o caso de universitários chineses, que estão aparecendo na fronteira sul pela primeira vez em meio a perspectivas limitadas em seu país de origem.

A principal motivação apontada para essa fuga do regime de Pequim é a questão econômica.

A China teve uma fraca recuperação desde a pandemia, com um crescimento estimado de 5,2% no último ano, um pouco acima da meta oficial, mas longe do ideal esperado por investidores, que se veem cada vez mais atentos ao agravamento da crise imobiliária no gigante asiático.

Combinado a isso, as regras de confinamento e outras imposições da ditadura de Xi Jinping também levam parte da população chinesa a deixar o país, inclusive optando por meios arriscados como a travessia ilegal pela selva de Darién, hoje enxergada como o principal caminho ilícito para chegar na fronteira entre México e EUA.

O crime organizado desempenha um papel importante nessa migração clandestina. Segundo a revista Foreign Policy, organizações criminosas chinesas forjaram laços com cartéis latino-americanos para facilitar esse mercado que tem ganhado força nos últimos anos.

A parceria fraudulenta rende altos valores para o crime, com viagens da China até a fronteira sul dos EUA que custam, em média, entre US$ 10 mil e US$ 20 mil (de R$ 52 mil a R$ 103 mil).

Além disso, as pessoas que fogem da China muitas vezes pedem dinheiro emprestado a gangues que organizam a viagem para pagar com juros por meio de trabalho após obterem acesso ao território americano.

Deu na Gazeta do Povo

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