Lagoa dos Patos inunda bairros e RS tem mais de 400 mil pessoas fora de casa por causa das chuvas

Foto: Richard Furtado/Prefeitura de Rio Grande

Mais de 400 mil gaúchos estão fora de casa afetados pela maior tragédia climática do Estado. Nesta sexta-feira, 10, a Defesa Civil divulgou que 337.346 pessoas estão desalojadas e outras 70.772 em abrigos. O aumento na quantidade de afetados pelas enchentes ocorre em um momento de elevação do nível da Lagoa dos Patos e queda de temperatura no Estado.

A Defesa Civil emitiu na noite desta quinta-feira um alerta com a orientação para quem mora em regiões próximas à lagoa, ou em áreas com histórico de alagamentos ou inundações, para que saiam de suas casas com antecedência e busquem um local seguro. No município de Rio Grande, por exemplo, vários bairros estão inundados. As principais ruas do entorno do centro histórico estão bloqueadas.

O nível da lagoa vem aumentando nos últimos dias e chegou a 1,84m às 16h de quinta-feira em Rio Grande, de acordo com os registros do Serviço Geológico do Brasil.

O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) em conjunto com o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), o Centro Nacional de Gerenciamento de Riscos e Desastres (Cenad) e o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) também emitiram na quinta-feira uma nota técnica na qual alertam sobre os riscos geo-hidrológicos, sobretudo na região da Lagoa dos Patos, que recebe as águas dos rios e do Guaíba.

De acordo com os órgãos, o avanço de uma frente por Santa Catarina e a entrada de um ar mais frio pelo Rio Grande do Sul provocaram queda de temperatura no Estado e uma virada dos ventos “desfavorecendo o escoamento da água da lagoa em direção ao oceano, desta forma, a preparação dos municípios para inundação gradual na região de Pelotas, Rio Grande e arredores deve ser redobrada.”

Ainda segundo o Inmet, as temperaturas mínimas variam de 4°C a 8°C nas regiões mais ao Sul do Estado. Nas demais áreas, as temperaturas mínimas variam de 10°C a 15°C. O frio é considerado um problema adicional em meio à tragédia climática por causa do risco de hipotermia às pessoas que ainda não foram resgatadas.

Deu no Estadão

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