Expectativas para o agronegócio são boas com RN livre da Aftosa

Com o status de estado livre da Febre Aftosa sem vacinação, os animais do RN podem transitar livremente para outras regiões do País – Foto: Magnus Nascimento

 

O Rio Grande do Norte alcançou o status de estado livre da Febre Aftosa sem vacinação. O reconhecimento veio por meio de publicação de portaria do Ministério da Agricultura e Agropecuária (Mapa) e gera boas perspectivas para o setor, segundo o secretário estadual da Agricultura, Pecuária e Pesca (Sape), Guilherme Saldanha. A certificação sanitária, na prática, vai encerrar a aplicação de vacina nos animais, que não têm registro da doença no Estado há mais de 20 anos.

“O Brasil vem trabalhando há cerca de 20 anos nesse programa nacional de erradicação da febre aftosa, e o último bloco que faltava ser reconhecido era o de cinco estados do Nordeste. Então, para a gente é de fundamental importância esse reconhecimento, porque ficaríamos nós isolados, sem poder, que animais de outros estados já livres, sem vacinação, entrassem nesse bloco e nem os daqui poderiam viajar para outros estados nessa mesma condição. O Rio Grande do Norte tem um rebanho que não é tão grande, algo em torno de 1,2 milhão de cabeças de bovinos, e nós temos uma qualidade genética fantástica. E o não reconhecimento causaria um prejuízo muito grande aos criadores de gados de seleção”, disse o titular da Sape.

Para o diretor-geral do Instituto de Defesa e Inspeção Agropecuária (Idiarn), Mário Manso, o status de “estado livre da Febre Aftosa sem vacinação” é o resultado de um trabalho de muitos anos, do compromisso dos órgãos públicos e dos criadores e produtores rurais, que vêm vacinando seus rebanhos, duas vezes por ano, há décadas.

“Esse status é muito importante para o RN. Com ele, nossos animais podem transitar livremente pra outras regiões do país, além de valorizar nossa agropecuária e os produtos de origem animal, abrindo portas para novas relações comerciais, nacionais e internacionais, sendo uma excelente notícia para a economia estadual. Além disso, os criadores não mais precisarão gastar semestralmente com aquisição de vacinas e mão de obra para sua aplicação, podendo investir em outras áreas da sua produção”, afirmou o diretor do Idiarn.

Mário Manso disse que a campanha de abril deste ano, encerrada no último dia 30, foi a última da história do Rio Grande do Norte. Finalizada a aplicação das vacinas, o período agora é de declaração dos animais vacinados. Os produtores precisam procurar qualquer escritório do Idiarn, Emater ou Secretaria de Agricultura dos municípios até o dia 15 de maio.

“Precisamos dessa declaração para que cumpramos todos os passos exigidos para manter o selo e conquistar, junto à Organização Mundial de Saúde Animal, o reconhecimento do Brasil como um país livre da febre aftosa sem vacinação”, explicou diretor do Idiarn.

O titular da Sape afirma que o status adquirido pelo estado na última quinta-feira (2) vai abrir novas oportunidades para os produtores locais. A expectativa é que o comércio de bovinos apresente crescimento, a partir da publicação da portaria do Mapa.

“As perspectivas são muito boas, já visto esse mercado que nós temos, de seleção de gado, principalmente da raça zebuínas, mas também de outra raças, leiteiras, por exemplo. O Girolando, a gente é destaque nacional, ganhando prêmios recentemente em várias redes produzidas e criadas no Rio Grande do Norte, e ganharam campeonato na Exposebu, que é a maior exposição de gado zebu das Américas. Enfim, isso é muito importante e gera mais negócios, gera mais mercados e não tem mais isso de a gente ficar isolado”, afirmou Guilherme Saldanha.

Ele ainda pontuou que a certificação de estado livre da Febre Aftosa sem vacinação pode, inclusive desenvolver outras áreas do setor agropecuário potiguar. A comercialização de frutas e camarão, por exemplo, podem ser beneficiadas.

“O Rio Grande do Norte é um grande exportador de frutas, nós somos grandes produtores de camarão e esse reconhecimento que ganhamos vai muito além da própria questão dos bovinos. Qualquer país, qualquer estado vai querer comprar algo que tenha um registro, um reconhecimento, uma certificação, especialmente sanitária, como essa que nós alcançamos agora. Isso pode melhorar muito as nossas exportações de frutas, a comercialização dos nossos camarões. Também temos a liderança nas exportações de atum, de pescados, enfim, esse contexto da zootecnia, da comercialização de animais, da produção dos animais. Isso é muito importante com esse reconhecimento”, finalizou o titular da Sape.

 

Informações da Tribuna do Norte

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