Vladimir Putin garantiu mais um mandato à frente do Executivo russo nas eleições de março, após usar uma tática digna de um ditador: a remoção de adversários das urnas.
Nesta terça-feira (7), ele tomou posse em uma cerimônia realizada no Kremlin, que foi marcada por um forte apelo nacionalista em seu discurso.
“Enfrentamos este período difícil com dignidade e sairemos fortalecidos. Somos uma nação grande e unida. Juntos, vamos superar todos os obstáculos, vamos concretizar tudo que foi planejado. Juntos, venceremos”, afirmou ao se referir à situação da Guerra na Ucrânia, criada por ele mesmo em 2022, e às sanções internacionais que prejudicam a economia da Rússia.
Em 2020, Putin aprovou uma polêmica reforma constitucional que permitiu a remoção de todos os obstáculos legais que o impediam de permanecer no Kremlin até 2030. O ditador está no poder desde 2000 e saiu vitorioso das novas eleições deste ano com mais de 87% dos votos, resultado sem precedentes que foi fortemente questionado pelo Ocidente.
A vitória de Putin foi manchada pela morte súbita em uma prisão no Ártico, um mês antes das eleições, do líder da oposição, Alexei Navalny, que tinha lançado uma campanha contra a reeleição do mandatário russo.
Além disso, cinco dias após a votação, a Rússia foi palco do maior ataque terrorista em 20 anos, com a morte de 145 pessoas em um ataque jihadista contra uma casa de shows nos arredores de Moscou, pelo qual Putin culpou a Ucrânia, embora o atentado tenha sido reivindicado pelo Estado Islâmico.
Oposição reage à posse
Yulia Navalnaya, viúva de Navalny, que está no exílio, publicou um vídeo em suas redes sociais nesta terça, criticando a posse de Putin, a quem chamou de “assassino e mentiroso”.
“Nosso país é governado por um mentiroso, um ladrão, um assassino. Mas isto, sem dúvida, acabará”, afirmou Navalnaya. “Com Putin no comando, nosso país não terá nem paz, nem desenvolvimento, nem liberdade”.
Deu na Gazeta do Povo