Em café da manhã com jornalistas na terça-feira, 23, Lula chamou a movimentação da oposição em torno de Edmundo González de “extraordinária”, omitindo que a opositora María Corina Machado foi impedida pelo regime chavista de se candidatar e também de registrar sua aliada Corina Yoris.
“A questão da Venezuela, está acontecendo uma coisa extraordinária: a oposição toda se reuniu, está lançando candidato único. Vai ter eleições. Acho que vai ter acompanhamento internacional sobre as eleições, há interesse de muita gente em acompanhar. E, se o Brasil for convidado, participará do acompanhamento das eleições”, afirmou o presidente Lula.
“[Estamos] na perspectiva de que quando terminar as pessoas voltem à normalidade. Ou seja, quem ganhou toma posse e governa e quem perdeu se prepara para as outras eleições, como eu me preparei depois de três derrotas aqui no Brasil”, acrescentou.
Lula também voltou a criticar as sanções impostas pelos Estados Unidos à ditadura venezuelana.
“Eu fico torcendo para que a Venezuela volte à normalidade, para que os Estados Unidos tirem as sanções e que a Venezuela possa voltar a receber de volta o povo que está deixando a Venezuela por conta da situação econômica”, disse.
Liderada por María Corina Machado, a Plataforma Democrática Unitária (PUD) declarou apoio a Edmundo González, um dos 12 candidatos liberados pelo regime chavista para integrar a farsa eleitoral montada pelo ditador venezuelano Nicolás Maduro.
Diplomata de carreira, González havia sido inscrito de forma provisória no site do Conselho Nacional Eleitoral (CNE) da Venezuela pouco antes do fim do prazo eleitoral.
A farsa eleitoral de Maduro
O Conselho Nacional Eleitoral da Venezuela anunciou para 28 de julho, aniversário do ex-ditador Hugo Chávez, a farsa eleitoral que deve chancelar mais um governo para Nicolás Maduro.
A data bate na porta do segundo semestre, período previsto para ocorrer o pleito, em respeito ao acordo de Barbados, firmado entre a ditadura e a oposição com a intenção oficial de garantir eleições limpas.
Foi a Assembleia Nacional da Venezuela, dominada pelo regime de Maduro, que iniciou, em fevereiro, o processo de consulta a autoridades e a integrantes da oposição para o agendamento da eleição.
Independentemente dos aportes da oposição, quem definiu a data foi o CNE, também aparelhado pelo chavismo.
Deu no Estadão