A ex-deputada estadual, Cidinha Campos, passou a última semana sendo lembrada e concedendo entrevistas a respeito da série de denúncias de crimes e ameaças que atribuiu ao conselheiro do Tribunal de Contas do Rio de Janeiro, Domingos Brazão.
Ela foi principal rival do político que foi preso há uma semana, acusado de mandar assassinar a vereadora Marielle Franco, morta há seis anos com o motorista Anderson Gomes.
Em vídeos antigos e relatos recentes, a jornalista de 81 anos de idade e que sempre foi filiada ao PDT atraiu holofotes por relatos da época em que conviveu com o então integrante da Assembleia Legislativa fluminense (Alerj), entre 1999 e 2015. Em um dos depoimentos feito em plenário, Cidinha diz ter sido ameaçada de morte pelo político.
Nesta semana, afirmou ter sobrevivido aos embates com Domingos Brazão, por ter sido sua inimiga principal e exposto a rivalidade, antes conhecida apenas nos bastidores do Legislativo. No plenário da Alerj, denunciou ter ouvido do rival que ela estava viva porque ele não estaria matando “puta”.
“Eu era inimiga principal dele [Domingos Brazão] dentro da política. E foi isso que me salvou. Eu tornei pública esse rivalidade, o que eu sabia dele, e ele não podia me matar. Embora tivesse muita vontade e até disse que queria me matar, mas ele não podia porque o povo já sabia”, disse a ex-deputada e jornalista que atuava até este ano com um programa na Rádio Tupi FM.
Exposição como proteção
Entre diversas declarações feitas à imprensa nos últimos dias, Cidinha concluiu que Marielle poderia estar viva, se as denúncias que fez quando deputada tivessem sido apuradas pelas autoridades. E, além de afirmar que Domingos Brazão agia com oportunismo político junto á direita e à esquerda, afirmou que deputados tinham medo do atual conselheiro de Contas.
O rival de Cidinha Campos foi preso pela acusação de tramar a morte de Marielle com seu irmão e deputado federal Chiquinho Brazão e o delegado da Polícia Civil Rivaldo Barbosa, presos há uma semana pela Polícia Federal, na Operação Murder. O assassinato teria como motivação embates com Marielle, que discordava da atuação dos Brazão na suposta grilagem de terras no Rio de Janeiro.
O Superior Tribunal de Justiça (STJ) deverá julgar, neste mês de abril, o pedido do PSOL de instauração de processo contra Domingos Brazão, acusado de crime de responsabilidade. O partido de Marielle pede afastamento cautelar e impeachment do rival de Cidinha Campos, que pode perder o cargo vitalício que paga R$ 39,7 mil brutos em remuneração, fora outras vantangens.
Veja alguns dos vídeos em que Cidinha Campos expõe denúncias de assassinato e corrupção contra Domingos Brazão:
Deu no Diário do Poder