Um dos quatro indivíduos acusados pelo atentado terrorista que resultou na morte de pelo menos 143 pessoas na noite de sexta-feira (22) em Moscou declarou ter sido contratado para realizar o ataque por uma quantia equivalente a R$ 26,8 mil. “Recebi metade do pagamento no cartão”, reclamou ele, enquanto estava algemado, dirigindo-se aos policiais que o prenderam.
Ele e outros três suspeitos de abrir fogo contra a multidão que aguardava um show de rock no Crocus City Hall foram detidos após romperem um bloqueio policial na região de Briansk, situada a 340 km a sudoeste de Moscou. A operação foi coordenada pelo FSB (Serviço Federal de Segurança, na sigla russa).
Durante a prisão, foram encontrados com eles passaportes do Tadjiquistão, uma república ex-soviética de maioria muçulmana localizada na Ásia Central. O Estado Islâmico, grupo terrorista combatido pela Rússia na guerra civil da Síria, reivindicou a autoria do ataque.
Em um vídeo, o detido foi questionado sobre sua presença no Crocus. “Ataque”, respondeu, afirmando que o motivo foi “dinheiro”. “Era para receber cerca de meio milhão de rublos, mas não recebi. Fui pago com metade no cartão”, acrescentou.
Este incidente foi o mais violento ocorrido em Moscou em 13 anos, superando o número de vítimas do ataque que resultou em 37 mortes no aeroporto de Domodedovo, em janeiro de 2011. A Rússia tem enfrentado um longo histórico de conflito com o extremismo islâmico, sendo que o maior massacre em sua história recente ocorreu durante o cerco para libertar uma escola tomada por chechenos em Beslan (Ossétia do Norte) em 2004, resultando em 334 mortes.
A Prefeitura de Moscou anunciou que irá compensar a família de cada vítima do ataque com o equivalente a R$ 160 mil, além de pagar um terço desse valor aos parentes daqueles que precisaram ser internados. Mensagens de condolências pela tragédia ocupam os outdoors eletrônicos por toda a cidade.
Deu na Folha de São Paulo
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