O Porto de Natal registrou uma queda de 32,6% na movimentação do terminal em 2023, no comparativo com o ano de 2022. Em números absolutos, entre cargas embarcadas e desembarcadas, 444.782 toneladas passaram pelo Porto no ano passado, cifras distantes do ano anterior quando 660.285 toneladas foram movimentadas em Natal. Todos os dados constam no Estatístico Aquaviário, da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq). A retração significativa do Porto preocupa trabalhadores do setor, que perderam fonte de renda e cobram melhoria na infraestrutura do equipamento.
Ao todo, de acordo com Aproniano César, diretor da empresa Museu do Porto, cerca de 220 trabalhadores, entre portuários, estivadores, arrumadores e conferentes atuam no Porto de Natal. “No momento todos estão parados, o pessoal vive de diária e os navios não vêm mais para cá, então é uma dificuldade muito grande. É muito complicado, são 220 pais de famílias parados, sem ter como sustentar seus familiares por causa dessa queda no Porto. A verdade é que o Porto está abandonado”, diz César, que pesquisa o terminal desde 1972.
A baixa movimentação do Porto de Natal é atribuída principalmente à falta de infraestrutura. A necessidade de dragagem do terminal – processo no são removidos sedimentos do fundo do Rio para garantir profundidade adequada à navegação – e a ausência de defensas da ponte são gargalos que afastam a operação de grandes empresas na capital potiguar, analisam representantes da área. Exemplo disso foi a saída da maior empresa que atuava no Porto, a CMA CGM, o que representou uma queda de 60% das operações.
O presidente do Sindicato dos Arrumadores do Rio Grande do Norte (Sindarn), Romilton Batista ‘Doutorzinho’, afirma que a situação tem preocupado a categoria. “Nossa situação é precária, estamos desde fevereiro parados, sem trabalhar, sobrevivendo de doação de sacolão. A empresa de frutas que veio para cá, nós fechamos contrato, só trabalhou quatro meses por causa das chuvas. A dificuldade está grande porque a gente depende daquilo. Se o Porto tivesse movimento a gente estaria trabalhando, mas não querem vir para cá porque não tem estrutura”, comenta Paulo César.
Deu na Tribuna do Norte