A Secretaria de Meio Ambiente e Urbanismo (Semurb) de Natal entregou 613 kits de identificação para os ambulantes da Praia de Ponta Negra, os quais estão regularizados para atuar na região. O prazo para retirada dos kits, que incluem crachá, colete e termo de autorização, terminou na última quarta-feira (17). Nesta quinta-feira (18), a reportagem foi ao local e constatou a presença de ambulantes devidamente identificados. Eles aprovaram a medida da Prefeitura, sob a alegação de que agora haverá melhor organização e controle dos trabalhadores. A previsão inicial era de distribuir 441 kits.
É o caso do ambulante Caubi Matias, de 51 anos. Conhecido por vender comida, como cuscuz recheado, bolo de macaxeira e salgados há 13 anos, ele diz que a regularização vai fortalecer o trabalho dos ambulantes. “O crachá e o colete comprovam que eu estou credenciado e que meu produto tem qualidade. Por isso que quando a prefeitura abriu o cadastro, fiz logo no primeiro dia. Assim que meu nome foi divulgado na lista, segui apara buscar kit. Isso é bom porque é visto pelo turista”, afirma.
Felipe Honório, de 36 anos, também comemora a medida. “Isso vai evitar a concorrência desleal. Tem ambulante que vem de fora do Estado só para pegar a alta estação e competir com a gente, que passa o ano todo por aqui. Com tudo padronizado, fica bem melhor para os ambulantes nativos. E o turista fica mais confiante, porque ele nos conhece por meio do credenciamento. A gente precisa fazer um curso de qualificação e isso ajuda a aperfeiçoar nosso serviço”, conta Honório, que vende água de coco em Ponta Negra.
Os turistas aprovam a iniciativa. “Sem a medida, a gente não consegue sequer identificar quem é ambulante de verdade. No momento em que o pessoal está credenciado, isso garante maior credibilidade para os profissionais que estão oferecendo os serviços na área. É bom para eles e para os turistas. Todo mundo sai ganhando”, diz a enfermeira Daisa Ribeiro, de 38 anos, que mora nos Estados Unidos, mas veio a Natal visitar parentes.
O vigilante Luís Adriano Leite, de 45 anos, veio de Cuiabá (MT) para aproveitar as belezas naturais do Rio Grande do Norte pela segunda vez. Ele afirma que a regularização dos ambulantes é muito bem-vinda. “O trabalho desses profissionais passa a ser fiscalizado, então, acredito que existe uma triagem, digamos assim. A medida é muito boa. Eu, particularmente, estou achando os serviços dos ambulantes bem organizados”, frisa o vigilante.
A Semurb estima que por volta de 1,2 mil ambulantes trabalhavam na alta temporada na Praia de Ponta Negra, o que causava superlotação e ultrapassava a capacidade de suporte do local. O número foi reduzido para 672, por meio do cadastramento. Quem, por ventura, não retirou o kit no prazo estabelecido – até a última quarta – ainda poderá fazê-lo mediante agendamento prévio junto à Semurb até esta sexta-feira (19).
Já a atualização do cadastramento está encerrada. O titular da pasta, Thiago Mesquita, explicou que a partir de agora, aqueles que forem flagrados de maneira irregular, serão multados. “Não estaremos mais notificando, essa etapa já passou. Quem não estiver cumprindo será multado, perderá a autorização e terá os equipamentos e materiais recolhidos”, alertou Mesquita.
A regularização dos trabalhadores faz parte do projeto de ordenamento da orla de Ponta Negra, que envolve também a verificação da existência da alvarás e licença de funcionamento dos comércios da região, identificação de publicidade irregular no calçadão e a existência de excedente no número de mesas e cadeiras.
Thiago Mesquita informou que as fiscalizações seguem diariamente. “Já recolhemos quatro caminhões de materiais e equipamentos irregulares ou em excesso. As irregularidades diminuíram muito com as fiscalizações, mostrando que realmente houve resultado do trabalho da Prefeitura e que há uma maior conscientização por parte dos comerciantes”, pontuou o secretário de urbanismo.
Informações da Tribuna do Norte