A perfuração do poço Pitu Oeste e Anhangá., na Bacia Potiguar, vai começar ainda neste mês de dezembro. Isso deverá acontecer com a chegada do navio-sonda NS-42 que partiu do Rio de Janeiro na terça-feira em direção à locação no Rio Grande do Norte. A sonda contratada pela Petrobras estava na Baía de Guanabara para abastecimento e limpeza de casco, a fim de prevenir a disseminação de coral-sol, espécie exótica de corais.
“A perfuração, prevista para começar ainda em dezembro na concessão BM-POT-17, marcará o retorno da Petrobras à Margem Equatorial, que se estende do Rio Grande do Norte ao Amapá ao longo da costa brasileira”, informou a Petrobras.
A estatal não informou em quanto tempo a sonda deve chegar ao estado, nem a data exata do início dos trabalhos. Pitu Oeste será o terceiro poço da concessão BM-POT-17 e a previsão é de que a sua perfuração dure de 3 a 5 meses a 52 km da costa.
Nesta fase, não há produção de petróleo. Essa perfuração vai ampliar a pesquisa exploratória, pela qual a companhia pretende obter mais informações geológicas da área e avaliar a viabilidade econômica e a extensão da descoberta de petróleo realizada em 2013 no poço de Pitu.
A licença de operação para perfuração de poços exploratórios, em águas profundas da Bacia Potiguar, na Margem Equatorial brasileira foi concedida a Petrobras em outubro de 2023 pelo IBAMA. Trata-se da 21ª licença concedida pelo órgão desde 2004 para perfuração na região da chamada Margem Equatorial. A companhia não realizava uma Avaliação Pré-Operacional desde 2013, quando obteve a primeira licença para a mesma área, em Pitu. O último poço dessa concessão foi perfurado em 2015.
No âmbito da mesma Licença ambiental, a estatal planeja perfurar o poço Anhangá, na concessão POT-M-762, a 79km da costa do estado do Rio Grande do Norte e próximo ao poço Pitu Oeste.
No Plano Estratégico 2024-2028 da companhia, está previsto o investimento de US$ 3,1 bilhões em investimentos em atividades exploratórias na Margem Equatorial. “Esse esforço já dá a medida da confiança em que depositamos no potencial dessa faixa do litoral brasileiro, muito promissora e fundamental para garantirmos a segurança energética do país”, explicou Jean Paul Prates, presidente da Petrobras.
A Bacia Potiguar abrange porções marítimas dos estados do Rio do Grande do Norte e do Ceará e é parte da chamada Margem Equatorial brasileira, que se estende entre os estados do Amapá e do Rio Grande do Norte. A região é considerada uma das mais novas e promissoras fronteiras mundiais em águas profundas e ultra profundas.
Descobertas recentes anunciadas em regiões contínuas a essas fronteiras, especialmente nos vizinhos Guiana e Suriname, indicam relevante potencial de produção de petróleo para a Margem Equatorial brasileira. A Petrobras pretende perfurar 16 poços exploratórios na Margem Equatorial, em cinco anos e garante que aplicará na Bacia Potiguar e nas demais bacias da Margem Equatorial toda sua expertise técnica, adquirida ao longo de 70 anos de liderança no setor de óleo e gás brasileiro.
“O poço de Pitu Oeste significa a retomada de nossas atividades na Margem Equatorial e uma campanha exploratória na qual acreditamos, pois expandirá ainda mais as atividades da Petrobras para o nordeste e o norte e ajudará a financiar a nossa transição energética”, declarou Joelson Falcão Mendes, diretor de Exploração e Produção da Petrobras.
Novo ciclo
O presidente da Fiern, Roberto Serquiz, também apontou os novos investimentos da Petrobras como um fator promissor para a economia potiguar. “Nós já percebemos um movimento muito favorável na região, onde onze empresas atualmente exploram os campos maduros, e há expectativa de exploração do campo Pitu Oeste, em águas profundas, com investimento inicial em torno de 300 milhões”, destacou Serquiz. Segundo ele, a produção em terra tende a aumentar com a reativação de 616 poços e a previsão de perfuração de mais 1.600.
A cadeia do petróleo era responsável por mais de 50% do PIB industrial do Rio Grande do Norte nos tempos em que a produção superava 100 mil barris/dia. O mercado estima que o petróleo tem atualmente um peso de apenas 13% na formação do Produto Interno Bruto potiguar, mas a tendência é que essa participação aumente com a entrada em operação de novos campos em terra concedidos à iniciativa privada e, agora, com a volta das atividades da Petrobras ao Estado.
Deu na Tribuna do Norte