O médico oftalmologista Diego Sampaio está sendo processado por supostas irregularidades no gerenciamento de investimentos de várias pessoas de Natal. Ao todo, o montante seria superior aos R$ 30 milhões e, entre as possíveis vítimas, está a sogra do médico, que teria perdido aproximadamente R$ 5 milhões. A defesa do médico disse que ele não se manifestaria neste momento.
De acordo com um dos processos a que responde o médico, movido pela Akesse Indústria e Comércio do Nordeste e pela sogra, Diana de Souza Sisson, ela passou a ser cliente de Diego Sampaio, como investidor, a partir de junho de 2021, quando aportou R$ 500 mil para ter uma renda de aproximadamente 1,5% ao mês sobre a verba investida. Dos R$ 500 mil, R$ 200 mil seriam referentes a oito cotas em um plano denominado “THORP”. Apesar do alto valor, não se especificava a estratégia nem a rentabilidade prevista.
A empresária afirmou no processo que, em razão do pagamento regular dos rendimentos, aumentou os aportes, inclusive, aplicando recursos da empresa Akesse Indústria e Comércio do Nordeste. O valor seria de R$ 4.800.408,07. Segundo a empresária, era previsto que a solicitação de resgate seria o valor do dia do pedido, sem a incidência de multa, sendo creditado o resgate em cinco dias úteis na conta da contratante. Quando houve a solicitação, porém, começou a haver a desconfiança.
Desde o início de 2023, a sogra do médico passou a solicitar resgates de valores das contas de sua pessoa física e jurídica que estavam na seção “CASH”, o que deveria ser recebido de imediato ou no dia seguinte, no máximo. Contudo, de acordo com as alegações dela, começou a haver atrasos por parte do médico, o que motivou o seu requerimento para resgate de todas as aplicações.
Diego Sampaio, ainda de acordo com o que foi alegado pela empresária, começou prometer que os resgates seriam recebidos em até 60 dias. Os atrasos fizeram com que a empresária precisasse recorrer a linhas de crédito para que a pessoa sua empresa honrasse as obrigações assumidas com fornecedores. Houve a notificação extrajudicial do médico para pagamento dos resgates, sendo solicitada reunião com o Diego Sampaio, que disse que havia um bloqueio judicial e não estaria conseguindo honrar os compromissos. Ele ainda afirmou que, caso não pagasse, parcelaria o valor e ofereceu como garantias cotas de sua clínica de oftalmologia, o que não foi aceito.
No processo movido pela sogra, houve um acordo judicial entre as partes, mas que não teria sido cumprido e, em 23 de outubro, houve a última movimentação, que trata sobre a execução para pagamento do acordo.
Segundo advogados de outras vítimas, na maioria da classe médica, a maior parte dos investidores confiavam na pessoa de Diego Sampaio e, por isso, sequer observaram que ele teria uma atuação “irregular e duvidosa”, sem qualquer autorização ou registro no Banco Central e CVM para atuar com os investimentos.
Um dos advogados que atua em caso onde já houve decisão pelo deferimento e execução de bens do médico explicou que perdeu o dinheiro fazendo os investimentos e que acumulou prejuízos, principalmente pela queda da bolsa e os muitos saques que teriam ocorrido. Contudo, a versão não é considerada confiável porque, segundo o advogado, o médico não poderia operar como trader nem como alguém que pudesse custodiar dinheiro de terceiro. Além disso, o médico disse que o médico, até o momento, não comprovou que fez as operações financeiras, sem mostrar qualquer extrato.
A reportagem da Tribuna do Norte entrou em contato com o advogado do médico Diego Sampaio, mas ele disse que, no momento, não iria se manifestar fora dos autos. A Polícia Civil, através da Delegacia de Defesa do Consumidor, foi acionada está atuando no caso.
Informações da Tribuna do Norte