A CPI das Americanas, da Câmara dos Deputados, vai votar o relatório final nesta quinta-feira (14). elaborado pelo deputado Carlos Chiodini (MDB-SC). Apresentado no último dia 5, mas não foi votado devido a um pedido de vista coletivo.
O relatório pífio não aponta os autores da fraude bilionária. Chiodini argumenta que os inquéritos policiais estão em curso e “ainda não há elementos suficientes para incriminar ninguém” pelo golpe na praça de mais de R$45 bilhões.
Além de não apontar responsabilidades, o relatório final tampouco explica o fato de a CPI não haver convocado para depor os bilionários Jorge Paulo Lehmann, Beto Sicupira e Marcel Telles, que dividem o controle da empresa.
O trio de bilionários pode ter sido beneficiado pela fraude, criada para alterar dados fundamentalistas da Americanas, atrair mais investidores e distribuir dividendos dos quais os sócios majoritários se beneficiaram.
“Em que pesem os indícios de materialidade apontados, não foi possível, no atual estágio da investigação, identificar, de forma precisa, a autoria dos fatos investigados. nem imputar a respectiva responsabilidade criminal, civil ou administrativa a instituições ou pessoas determinadas, ante a necessidade da realização de outras diligências e da coleta de elementos de prova mais robustos”.
Em seu parecer, Chiodini sugere quatro projetos de lei para melhorar a governança corporativa e combater a corrupção em empresas privadas, de modo a evitar fraudes.
“O conjunto probatório, de fato, converge para o possível envolvimento de pessoas que integravam o corpo diretivo da companhia, ex- diretores e ex-executivos. Contudo, os elementos até então carreados não se mostraram suficientes para a formação de um juízo de valor seguro o bastante para atribuir a autoria e para fundamentar eventual indiciamento”.
A Comissão Parlamentar de Inquérito apura as suspeitas de fraude no Grupo Americanas. No dia 19 de janeiro, a empresa revelou inconsistências fiscais de R$ 20 bilhões e dívidas da ordem de R$ 43 bilhões. O caso gerou suspeitas de fraude e está sob investigação. Na época, a companhia pediu recuperação judicial.
Deu no Diário do Poder