Ali Kamel deixará as funções executivas do Grupo Globo após 34 anos na função, sendo 22 somente na Globo. De acordo com nota enviada à imprensa, a emissora explicou as motivações do jornalista para deixar a função no canal, pedido feito em julho do ano passado.
“Em primeiro lugar, o desejo de experimentar uma rotina diferente da exigida pelos desafios diários dos cargos de liderança em jornalismo. Em segundo lugar, a certeza de ter desenvolvido profissionais capazes de seguir praticando um jornalismo baseado na pluralidade, isenção e busca pela apuração precisa dos fatos”, explica o comunicado.
Entretanto, o jornalista continuará na emissora, mas em uma função diferente. A partir do primeiro dia de 2024, Ali Kamel passará a ocupar a recém-criada função de coordenador do Conselho Editorial do Grupo Globo, presidido por João Roberto Marinho. Ele será substituído por Ricardo Villela, que atuava como diretor-executivo de Jornalismo da Globo.
Confira, na íntegra, a nota da Globo, assinada por Paulo Marinho, diretor-presidente da Globo:
“Caras equipes,
Em julho do ano passado, Ali Kamel procurou a mim e ao João Roberto Marinho para falar de planos para o futuro. Após intensos 34 anos dedicados a funções executivas no Grupo Globo, 22 deles na Globo, disse que gostaria de desacelerar. Passada a surpresa inicial, já que Ali está no auge de sua capacidade de pensar jornalismo e gerir redações, procuramos entender suas motivações. Em primeiro lugar, o desejo de experimentar uma rotina diferente da exigida pelos desafios diários dos cargos de liderança em jornalismo. Ao Ali, nunca faltou entusiasmo pela profissão. Seu grau de comprometimento e dedicação sempre foi extremo, sua lista de realizações, enorme. Era natural que chegasse o dia em que desejasse mais tempo para outras atividades. Em segundo lugar, a certeza de ter desenvolvido profissionais capazes de seguir praticando um jornalismo baseado na pluralidade, isenção e busca pela apuração precisa dos fatos. Ali é um construtor de equipes. Tem uma rara capacidade de explanar cada movimento, sempre amparado em análise minuciosa de fatos e opiniões. E essa qualidade facilitou muito a elaboração de sua sucessão, da qual falaremos mais adiante.
Esta é, afinal, uma parceria difícil de abrir mão. Ali sempre foi um companheiro sereno, íntegro, decisivo. Ao longo dos últimos 22 anos, coordenou a cobertura de seis eleições presidenciais e cinco eleições municipais. Entre tantos projetos, como ‘Caravana JN’, ‘JN no Ar’, ‘O Brasil que eu quero para o futuro’ e ‘Brasil Em Constituição’, foi dele também, em 2002, a ideia ousada de entrevistar os candidatos à presidência durante o ‘Jornal Nacional’, algo até então inédito e que hoje se tornou um evento central, aguardado e muito esclarecedor das campanhas eleitorais. Em todos os grandes eventos, nacionais e internacionais, pudemos sempre contar com a certeza de que, com ele à frente, nosso jornalismo cobriria os fatos com a qualidade que desejamos.”
A notícia é do Metrópoles.