Em diálogo privado no WhatsApp, a cúpula da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), à época do 8 de Janeiro, confirmou que a equipe do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência, chefiada por Gonçalves Dias, facilitou a entrada de vândalos no local onde armas eram guardadas no Palácio do Planalto.
A conversa se dá entre o então chefe da Abin, Saulo Moura da Cunha, e Leonardo Singer, que estava à frente da Secretaria de Planejamento e Gestão da agência. No diálogo, ocorrido horas após as invasões, Saulo demonstra temor de que a atuação da Abin viesse a ser questionada.
Inicialmente, o então chefe da Abin pede a Singer para fazer um levantamento de todos os alertas enviados pela agência, ao GSI e a outros órgãos públicos, na véspera do 8 de Janeiro. Depois, avalia: “Cara. Estamos cobertos”.
Singer, então, responde: “A princípio, sim. Precisamos agora apresentar aquele material ao GDias. E outra: de alguma maneira temos que dizer a ele que alguém(s) da equipe dele facilitou a entrada dos manifestantes nos recintos onde armamento estava armazenado. Não é fácil entrar e nem é fácil achar isso”.
Em seguida, complementa o raciocínio: “Uma hipótese forte é coordenação entre gente do GSI e gente da manifestação. Claro, insinuar isso [ao GDias] com muita leveza e sabedoria, preservando os próprios c*s”, disse Singer. Saulo concordou: “Isso”. Ambos deixaram os cargos que ocupavam na reestruturação feita na Abin por determinação de Lula.
Com informações de Metrópoles.