A esposa do candidato à presidência do Equador Fernando Villavicencio, assassinado na noite de quarta-feira (9), disse que erros das equipes de segurança e logística de seu marido facilitaram a morte dele.
Villavicencio foi morto com três tiros na cabeça ao deixar um comício em Quito. Segundo sua esposa, Verónica Saraúz, o protocolo de segurança determinava que Villavicencio deveria ter deixado o local do comício, no centro de Quito, por uma porta dos fundos, onde não há acesso de público.
Apesar de recomendações, disse Saraúz, a equipe de segurança e logística de seu marido optou pela saída pela porta da frente. Ele foi atingido por tiros ao entrar no carro.
“A equipe de segurança do Fernando falou. O chefe da logística falhou. O chefe da segurança falou. O Fernando deveriam ter saído pela porta dos fundos, como fez o o general Patricio Carrillo (que também estava no comício) com a escolta da polícia”, disse Saraúz, em entrevista à rádio equatoriana Élite.
Na entrevista, a primeira que deu após o assassinato, Saraúz disse que vai lutar por justiça.
O grupo criminoso Los Lobos reivindicou autoria do atentado, e um dos suspeitos de cometer o crime foi morto durante uma troca de tiros.
No último vídeo em que Villavicencio é visto com vida, ele aparece saindo do colégio onde ocorreu o comício cercado por policiais que o ajudam a entrar em um veículo. Antes de fechar a porta, ouvem-se disparos e gritos.
A sede do partido Movimiento Construye, ao qual Villavicencio pertencia, foi atacada por homens armados, de acordo com um texto do grupo em uma rede social.
Denúncias
Antes de se candidatar à presidência do Equador, Fernando Villavicencio era jornalista investigativo em seu país. O cientista político Maurício Santora afirmou que o trabalho de Villavicencio tinha como foco denúncias envolvendo o narcotráfico e a corrupção da elite política do país.
“Ele mexeu em interesses de muitos poderosos”.
Armas e granadas foram apreendidas com suspeitos de assassinato a candidato Fernando Villavicencio, no Equador — Foto: Fiscalía de Ecuador/Divulgação
Fonte: g1