Apesar da ofensiva contra o território da Ucrânia, e dos esforços das potências ocidentais para acabar com a guerra, a Rússia ainda conta com o apoio de muitos países africanos, sul-americanos e asiáticos, incluindo a China. De pé, com o olhar fixo, mas visivelmente satisfeito, Vladimir Putin apareceu na sexta e no sábado (29) rodeado de cerca de 15 chefes de Estado da África em São Petersburgo, na Rússia, durante a segunda cúpula Rússia-África.
Mas o que significa essa “foto de família”? Que Moscou espera trabalhar lado a lado com o continente de mais de 1 bilhão de habitantes. “A atenção da Rússia com a África não para de crescer”, assinalou Putin, afirmando querer “construir uma parceria estratégica” com o continente, com o qual a União Soviética já selou relações sólidas.
No discurso de encerramento do encontro, Putin destacou o “compromisso de todos nossos países em formar uma ordem mundial multipolar mais justa, equilibrada e equilibrada”. Na foto, Putin ao lado do presidente da República Centro Áfricana, Faustin-Archange Touadera.
Na véspera da cúpula, o presidente russo tinha recorrido à “diplomacia dos grãos” ao prometer enviar cereais gratuitamente a seis países africanos, em um contexto de preocupação com a saída de Moscou de um acordo que permitia a exportação de grãos ucranianos pelo Mar Negro. Mais uma foto de Putin, desta vez com o presidente de Camarões, Paul Biya.
Mas a operação da Rússia para seduzir os africanos começou muito antes do conflito com a Ucrânia. Faz anos que os russos exercem ofensivas diplomáticas e econômicas no continente, oferecendo serviços de segurança — por meio do grupo paramilitar Wagner — a países que sofrem com a ameaça terrorista dos jihadistas. Na foto, Putin com o presidente da África do Sul, Cyril Ramaphosa.
Nos últimos meses, porém, o governo Putin teve que buscar alternativas a sócios históricos da Europa. Assim, o chefe da diplomacia russa, Serguéi Lavrov, fez diversas visitas à África, apresentando a Rùssia como um escudo contra o “imperialismo” e o “neocolonialismo” ocidental.
Moscou tem, ainda, apoio de países sul-americanos, marcados por serem ditaduras, como a Venezuela e Cuba. Além disso, conta com o apoio da China, gigante da Ásia e rival direto na economia global dos Estados Unidos.
Deu no R7