Declaração de Barroso sobre ‘derrotar o bolsonarismo’ recoloca STF na mira e dá combustível para oposição

 

As recentes declarações do ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), sobre ter “derrotado o bolsonarismo” serviu de combustível para a oposição ao governo Lula no Congresso Nacional. O caso deve virar uma pauta do grupo no segundo semestre do Legislativo. Parlamentares ouvidos pela Jovem Pan pretendem intensificar as pressões sobre o presidente do Congresso Nacional, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), pela abertura do processo de impeachment do magistrado, para ajustar o “desequilíbrio entre os Poderes” e conter os “muitos abusos” do Judiciário: “O impeachment de Barro é uma necessidade”, inicia o senador Luis Carlos Heinze (PP-RS), em conversa com a reportagem. “Não podemos seguir coniventes com tamanha politização judicial. O Parlamento tem o dever de apreciar o caso em plenário, o ato do Barroso extrapolou a lei. Da minha parte, a população pode contar com meu empenho para fazer cumprir o ordenamento jurídico”, disse nesta terça-feira, 25.

Em discurso durante evento da União Nacional dos Estudantes (UNE), Barroso disse que lutou “contra a ditadura e contra o bolsonarismo”. “Nós derrotamos a censura, nós derrotamos a tortura, nós derrotamos o bolsonarismo para permitir a democracia e a manifestação livre de todas as pessoas”, acrescentou. A fala levou a uma onda de críticas de parlamentares alinhados com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), e que se autointitulam seguidores do “bolsonarismo”, que anunciaram a apresentação de um pedido de impeachment do ministro por “exercer atividade político-partidária” e crime de responsabilidade.

No total, 77 deputados e 17 senadores já assinaram o pedido de afastamento do magistrado. Na última semana, o senador Jorge Seif Júnior (PL-SC) passou a fazer publicações diárias com atualizações do número de congressistas que endossaram o pedido de investigação de Barroso, em mais um exemplo de como a pauta tem servido para mobilizar uma ala do Congresso. Contudo, constitucionalmente falando, há poucas chances do impeachment prosperar, seja por via política, uma vez que Rodrigo Pacheco já se comprometeu a levar as desculpas de Barroso a parlamentares, seja por falta de materialidade constitucional.

Deu na JP News

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