A ilusão da Petrobras

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A intenção da Petrobras de “revisitar” investimentos em países da América do Sul “demonstra a quão atrelada ficará a estratégia comercial da empresa aos anseios geopolíticos do governo Lula”. O presidente da estatal, Jean Paul Prates, indicou que a companhia vai apostar em projetos em países como Bolívia, Venezuela e Guiana.

Em editorial publicado neste sábado, 10, o jornal Estado de S. Paulo fez críticas ao retorno da internacionalização sul-americana da estatal petrolífera. A “ideia” de Prates foi comunicada durante a reunião de chefes de Estado realizada no final de maio em Brasília.

“Espera-se que, no mínimo, seja submetida ao crivo dos acionistas e à avaliação de viabilidade econômica. Mas é um aperitivo do que a atual direção da companhia oferece acerca do plano estratégico em andamento.”

Em encontro com o presidente da Bolívia, Luis Arce, Prates manifestou a intenção de retomar investimentos em exploração de petróleo, gás e refino.

A Petrobras já respondeu por 18% do Produto Interno Bruto boliviano e 24% da arrecadação de impostos do país até ser atropelada, em 2006, pelo decreto de nacionalização dos hidrocarbonetos do então presidente Evo Morales, que ordenou a ocupação das refinarias da Petrobras pelo Exército boliviano.

“O desembarque forçado foi seguido de desinvestimentos contínuos na América do Sul a partir de 2015, depois do escândalo da Lava Jato, que deixou como saldo um endividamento brutal, além de uma imagem profundamente manchada pela corrupção.”

Na Venezuela, por exemplo, a parceria para construir a Refinaria Abreu e Lima rendeu uma obra bilionária que teve de ser reestruturada porque a Venezuela não fez investimentos. Pelo contrário, acumulou uma dívida com o Brasil que passa dos R$ 6 bilhões.

“Planos de cunho político não devem nortear decisões empresariais, como mostram as experiências do passado recente da própria Petrobras”, afirmou o jornal.

Deu na Oeste

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