A chegada a Brasília do ditador da Venezuela, Nicolás Maduro, pôs o país de volta nas manchetes dos jornais nesta semana. Maduro veio para firmar acordos bilaterais com o presidente Lula e participar de uma reunião da Unasul. O grupo reúne nações sul-americanas, entre elas, membros do Foro de São Paulo (atual Grupo de Puebla).
Na presença de Maduro, Lula aproveitou para cutucar Juan Guaidó. “Eu achava a coisa mais absurda do mundo, para as pessoas que defendem a democracia, negarem que você era presidente da Venezuela, tendo sido eleito pelo povo, e o cidadão Guaidó, que foi eleito para ser deputado, fosse reconhecido como presidente da Venezuela”, disse.
À Revista Oeste, Guaidó rebateu os ataques do petista e discorreu sobre o atual cenário do país: perseguição a opositores, presos políticos, tortura de dissidentes e pobreza extrema. Agora em Miami, o ex-presidente, 39 anos, foi destituído do cargo em dezembro de 2022, depois de uma manobra de chavistas na Assembleia Nacional. “Lula apoia quem tortura opositores e legitima a ditadura na Venezuea”, disse Guaidó.
A seguir, os principais trechos da entrevista.
Como o senhor viu a visita do ditador Nicolás Maduro ao Brasil? E quanto aos ataques do presidente Lula direcionados a você?
A recepção a Maduro no Brasil é uma afronta à democracia. Lula me atacou para evitar o óbvio: ele é aliado de alguém conhecido por perseguir e torturar opositores, ser a favor do narcotráfico internacional e responsável pela maior crise de refugiados do continente. Por laços ideológicos e econômicos, o presidente Lula revitimiza o povo venezuelano ao não negar o caráter ditatorial de Maduro. Atitudes negacionistas de chefes de Estado são um aval para que indivíduos como Maduro continuem agindo com impunidade.
Qual a situação dos presos políticos na Venezuela?
Continuam sendo perseguidos e torturados. Essas pessoas são submetidas a choques elétricos, simulações de afogamentos e, em alguns casos, violência sexual. Há uma escalada de desumanidade em curso na Venezuela. O Tribunal Penal Internacional está investigando.
Deu na Oeste