Fechamento das grandes lojas quebra o comércio do Centro de Natal

Movimento no Centro de Natal está cada vez menor Foto: ALEX RÉGIS

 

Fenômeno dos últimos dois anos especialmente, a saída das grandes lojas da Cidade Alta traz impactos, como em um efeito dominó, para quem ainda tenta sobreviver no bairro.

O fechamento das chamadas lojas-âncora afugentou clientes e obrigou várias outras pequenas empresas a também deixarem a região. Passado o período crítico da pandemia de covid-19, que levou à suspensão das atividades econômicas em todo o Estado, o fluxo de pessoas em alguns pontos comérciais da Cidade Alta chegou a cair 70%, de acordo com relatos de comerciantes do local.

É o que afirma Márcio Flávio, que vende artigos e acessórios para celulares em um ponto na Avenida Rio Branco, principal via do bairro e que concentra grande parte dos estabelecimentos. “Essa queda aconteceu de um ano para cá, exatamente quando uma grande loja saiu daqui. O poder público  precisa fazer alguma coisa para atrair esses grandes negócios, porque são eles quem trazem muita gente para a Cidade Alta”, relatou Márcio, que trabalha no local há cinco anos.
Hakeilson de Araújo é gerente de uma loja de calçados na Rio Branco. Ele trabalha no mesmo lugar desde 2007 e reclama do baixo movimento e das dificuldades atuais. “Depois da pandemia, o movimento na loja caiu entre 25% e 30%. Quando eu cheguei aqui, nós tínhamos 12 vendedores. Hoje são cinco e em datas especiais, como o Dia das Mães, a gente coloca seis. O poder público tem que olhar pelo Centro da Cidade”, desabafa.

Araújo, a exemplo de Márcio, atribui o mal momento do comércio do bairro à saída das grandes lojas. “A gente vem nadando contra a maré, porque, sem público, não há como vender. E aí, começa uma bola de neve: as vendas caem, o faturamento reduz e o quadro de funcionários diminui. A movimentação na Cidade Alta está horrível, sem nenhum atrativo. As âncoras, que movimentavam muito o bairro, foram embora. Hoje, apenas algumas agências bancárias instaladas por aqui há muito tempo é quem conseguem trazer pessoas para cá”, detalha.

Informações da Tribuna do Norte

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