Emissoras recebem bolada com campanha dos 100 dias do governo Lula

O presidente Lula (PT), durante a cerimônia de posse - 01/01/2022 | Foto: Fátima Meira/Estadão Conteúdo

 

Seis emissoras receberam uma bolada, em razão da campanha de 100 dias do governo Lula. Globo, Record, Band, SBT e Rede TV faturaram pouco mais de R$ 30 milhões da Secretaria de Comunicação (Secom), entre 8 e 10 de abril.

Foram quase 40 minutos de propaganda estatal da Secom nesses veículos.

Levantamento da empresa Controle da Concorrência mostra que as emissoras transmitiram 55 inserções (de 30 e 60 segundos). Eis quanto cada uma ganhou:

Globo: R$ 11,6 milhões;

SBT R$ 9,8 milhões;

Record: R$ 6,6 milhões;

Band: R$ 3,7 milhões;

RedeTV!: R$ 854 mil.

As peças veiculadas pela Secom ignoram o Brasil real. Reportagem publicada pela Revista Oeste mostra alguns fatos sobre os 100 dias.

Até o momento, o que o governo entregou de concreto foram a volta do terror ao campo e à cidade, o aparelhamento político da máquina pública e a promessa de gastança desenfreada.

Nos três primeiros meses, o país já registrou 35 invasões de terras, segundo a Frente de Agropecuária da Câmara dos Deputados, que conseguiu assinaturas para instalar uma CPI do MST e seus satélites. Esse número supera todo o mandato de Bolsonaro, que registrou 24 invasões.  

Além disso, as greves estão de volta. No fim de março, metroviários da cidade de São Paulo cruzaram os braços, afetando a vida de 3 milhões de trabalhadores. As linhas de ônibus ficaram cheias, o trânsito estendeu-se por quilômetros, e muita gente chegou em casa tarde da noite. O acordo com o Metrô só veio dois dias depois de os sindicalistas interromperem os serviços na capital. No mesmo período, o Sindicato dos Professores do Estado fechou parte da Avenida Paulista, para cobrar a revogação da reforma do ensino médio — atendida por Lula nesta semana. 

Na área da educação, essa já é uma nova marca de Lula: o Novo Ensino Médio foi um avanço do governo Michel Temer, em 2016. Os alunos ganharam horas extras na carga horária e disciplinas optativas, para prepará-los para o mercado de trabalho, como educação financeira e atividades direcionadas à tecnologia. O PT não gostou, porque viu “doutrinação ideológica da direita” na medida — que estaria a serviço do capitalismo, deixando de lado os livros empoeirados da velha academia.

Deu na Oeste

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