Comprovação de renda e parcela de entrada dificultam acesso ao Minha Casa, Minha Vida

Comprovação de renda e parcela de entrada dificultam acesso ao Minha Casa, Minha Vida, diz pesquisa

 

Uma pesquisa feita pela consultoria Brain em parceria com a Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) mostra que os brasileiros estão com a expectativa alta para a aquisição da casa própria na gestão de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). No entanto, há dificuldade para comprovar renda, devido à situação de informalidade, e o valor da entrada do imóvel não é acessível.

O levantamento, que será divulgado na quinta-feira (13), foi obtido com exclusividade pelo R7. A pesquisa mediu a percepção das pessoas sobre o programa Minha Casa, Minha Vida, relançado pelo governo federal, por meio de medida provisória, em fevereiro deste ano.

A meta do projeto é entregar 2 milhões de unidades até 2026. Os imóveis estão disponíveis para famílias com renda mensal de até R$ 8.000, para a zona urbana, e anual de até R$ 96 mil, na zona rural.

A pequisa mostrou que o aumento da informalidade no mercado de trabalho tem impacto na compra do primeiro imóvel. Os entrevistados relataram que as fontes informais de renda dificultam a comprovação pedida na análise de crédito.

Até fevereiro de 2023, havia 38,8 milhões de trabalhadores na informalidade, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) do Instituto Brasileiro de Economia e Estatística (IBGE).

Outro obstáculo citado é o valor da entrada dos imóveis. Em alguns casos, a quantia pedida levou o indivíduo a desistir da compra. Os participantes preferem locais com boa mobilidade urbana a localidades mais próximas dos centros das cidades.

Boa parte dos entrevistados não tem reservas financeiras, e aqueles que têm Fundo de Garantia pelo Tempo de Serviço (FGTS) optaram por usar os recursos, via saques extraordinários, para quitar dívidas. A correção das parcelas do imóvel ao longo do tempo também gera insegurança entre os beneficiários do Minha Casa, Minha Vida.

A maioria das famílias participantes vive de aluguel ou em situação de coabitação, o que dificulta o pagamento da entrada. Os entrevistados destacaram, ainda, que o aumento dos custos da construção civil impactou a produção de unidades do padrão econômico.

De acordo com os beneficiários, as cidades estão com o mercado imobiliário aquecido, com lançamentos regulares, mas faltam unidades a preços acessíveis.

A pesquisa sugeriu que o governo federal aumente a divulgação das regras do Minha Casa, Minha Vida, com linguagem simplificada, para esclarecer conceitos como subsídio, valores máximos financiados, diferenças por faixa de renda e local de cadastro.

Com informações do R7

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