Os Libertários – por Tota Farache

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Caos no PT: A troca de farpas entre Haddad e Lindbergh

(Da esq. para a dir.) O deputado federal  Lindbergh Farias (PT-RJ) e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad | Foto: Agência Brasil/Montagem Revista Oeste

 

Cada vez mais torna-se evidente a troca de farpas entre o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e o deputado federal petista Lindbergh Farias (RJ). A mais recente briga envolve o arcabouço fiscal, apresentado por Haddad nas últimas semanas. Lindbergh disse que o governo Lula fez um “pacto com o diabo” ao apoiar âncora fiscal proposta pelo ministro.

Em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo, Haddad disse que não é possível agradar a todos e pediu um “núcleo hegemônico” no governo para reconduzir o Brasil por uma “trilha de desenvolvimento sustentável”.

“Manifestações críticas e elogiosas vão acontecer em qualquer agremiação”, declarou o ministro. “Agora quem fala pelo PT é a sua executiva, com todo respeito a vozes internas. Nada impede a um deputado em exercício de seu mandato apresentar o seu projeto.”

Segundo Lindbergh, a equipe de Haddad está subestimando a “gravidade do cenário econômico”. O deputado ainda comparou a apresentação do arcabouço fiscal com o livro Grande Sertão: Veredas, de Guimarães Rosa.

“Riobaldo [protagonista da obra] tenta vender a alma ao diabo e o diabo nem responde”, disse o parlamentar. “É mais ou menos o que está acontecendo com o arcabouço.”

Haddad rebateu o colega de partido argumentando que “não fez pacto nem com A e nem com B”. “Fechei uma equipe técnica de altíssima qualidade, definir um desenho, levar esse desenho para pessoas tão diferentes quanto Esther Dweck [Gestão] e Simone Tebet [Planejamento], que pensam muito diferente, e falar com Ministério do Desenvolvimento, Casa Civil e presidência da República”, explicou o ministro.

Depois, o deputado petista se justificou dizendo que sua fala foi direcionada ao mercado, em específico a Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central. “Apresentamos o arcabouço e eles nem se moveram. Mantiveram a projeção de juros”, concluiu. “Veja a última ata do Copom. Esses caras estão endurecendo muito. Uma tese que é clássica na esquerda é a seguinte: no momento em que a economia está crescendo, fazemos superavit. No momento que a economia desacelera, o investimento tem um multiplicador muito grande.”

Deu na Oeste

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