As facções criminosas estão presentes nos quatro cantos do Brasil. Seja em comunidades ou em áreas nobres. No ar, na terra ou no mar. Não existe um local em que não haja atuação do crime organizado no país. No Brasil, segundo o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, há pelo menos 53 fações atuantes — e no mínimo uma em cada Estado. Todas elas, porém, orbitam em torno da mais conhecida: o Primeiro Comando da Capital (PCC).
Nascido em 31 de agosto de 1993, no presídio de Taubaté, no interior de São Paulo, o PCC avançou para além das fronteiras paulistas e, com o passar dos anos, chegou a outros países. O grupo é liderado por Marcos Willians Herbas Camacho, conhecido como Marcola, conta com mais de 35 mil membros e hoje possui conexões com mafiosos estrangeiros — inclusive a poderosa ‘Ndrangheta, da Itália, responsável por abastecer a Europa com drogas.
No Paraguai, o PCC encontrou um ponto estratégico onde adquiriu armas e drogas, como a cocaína, que obtém da Bolívia e envia para países europeus, através dos portos brasileiros. Esse crescimento resultou no rompimento com diversos outros grupos.
Antes aliados, o Comando Vermelho (CV), maior facção criminosa do Rio Janeiro, e o PCC são inimigos declarados e disputam territórios. O grupo paulista atua em 24 Estados, além do Distrito Federal. O CV está presente em 13 e também atua no DF. Do total, apenas quatro Estados tem domínio exclusivo de uma facção: Mato Grosso do Sul, Piauí e São Paulo são áreas estratégicas da facção paulista; Mato Grosso é “jurisdição” dos cariocas.
A extensa lista de inimigos do PCC ainda conta com o Sindicato do Crime, responsável pelos ataques que aterrorizam o Rio Grande do Norte (RN). Pelo menos 48 cidades do Estado registraram ação de criminosos. O massacre em Alcaçuz, em 2017, quando integrantes dos PCC mataram 27 membros do Sindicato, foi crucial para o surgimento da inimizade entre as facções.
No Sudeste, outras facções em atividade também exercem influência, como a Amigos dos Amigos, Terceiro Comando Puro, Primeiro Comando de Vitória e Trem Bala. No Rio de Janeiro, além do crime organizado, existem as milícias, que também são grupos criminosos, mas com algumas diferenças.
A principal delas é que as facções estão ligadas a presídios, enquanto as milícias possuem ligação com agentes da polícia. No Norte, PCC e CV estão presentes em todos os Estados, disputando o controle com facções regionais. Quem mais se destaca fora as duas é o grupo amazonense Cartel do Norte (antiga Família do Norte).
No Nordeste, a situação é similar. Em Alagoas, Ceará, Sergipe, Tocantins e Rio Grande do Norte, as duas principais mantêm a rivalidade e ainda enfrentam outros grupos locais.
No Centro-Oeste, região importante por ser caminho do tráfico de drogas com outros países da América do Sul, o CV controla o Mato Grosso, enquanto o PCC tem o poder no Mato Grosso do Sul. No Sul, as facções locais costumam se aliar a paulistas ou cariocas, tendo recentemente inaugurado nova rota para o tráfico internacional de cocaína, visando chegar aos portos uruguaios e argentinos.
Deu na Jovem Pan