A onda de violência que atinge o Rio Grande do Norte há uma semana pode durar ainda mais cinco dias, na avaliação do juiz Henrique Baltazar, da Vara de Execuções Penais de Natal. Segundo ele, caso não haja uma forte reação das forças de segurança do Estado, a violência pode durar até dia 27 de março, quando é comemorado o aniversário da facção Sindicato do Crime, que é apontada como a responsável pelos ataques criminosos.
“É necessário o Estado agir com força para enfrentar isso. O Estado não pode se render à extorsão de grupos criminosos. Não pode aceitar que o grupo criminoso, através desse tipo de ataques contra o patrimônio, deixe o Estado refém. O Estado precisa combatê-los com veemência e força necessária. Se não fizer isso, esses ataques não vão parar. Vão continuar pelo menos até dia 27, que é o aniversário da facção”, afirmou Baltazar, em entrevista nesta terça-feira (21).
Para o juiz da Vara de Execuções Penais, a situação “já foi longe demais”. “Imagina ter mais seis dias de ataques ao Estado. É necessário combater com força, enfrentar e dar tranquilidade ao cidadão”, afirmou.
Ele acrescenta que, apesar de os ataques estarem diminuindo em número de ocorrências, os episódios de violência estão mais intensos. “Em número e quantidade de ataques, tem diminuído, porque tem um efetivo maior de policiamento em Natal e Grande Natal. Entretanto, no nível das ocorrências, não tem havido diminuição. Talvez até aumentou o tipo de ataque. Tivemos a morte do policial penal, a bomba em Igapó e existem informações da possibilidade de ataques muito mais sérios nos próximos dias. Temos um trabalho coordenado das facções”, enfatizou.
Veja vídeo no link:
Henrique Baltazar defende que o Governo do Estado peça ao Governo Federal o apoio das Forças Armadas para combater o crime, através de uma operação de Garantia da Lei e da Ordem (GLO). Ele disse que o reforço se mostrou necessário depois da explosão de uma bomba na estrutura da Ponte de Igapó nesta terça-feira (21).
“Até mais cedo eu achava que não havia necessidade. Que com mais reforço da Força Nacional seria suficiente. Mas, após o ataque à ponte… Isso é um ataque terrorista. Uma bomba que tentou derrubar uma ponte que liga regiões da cidade. É um tipo de situação que exige algo mais forte. Me parece que seria talvez a ocasião de pedir a GLO, de pedir o apoio neste sentido”, acrescenta.
O juiz de Execuções Penais afirma que as Forças Armadas dariam o suporte necessário para que as forças estaduais de segurança fizessem o combate efetivo às facções criminosas. “No momento em que as Forças Armadas controlem áreas específicas, possibilitaria à polícia fazer um trabalho de combate mais eficaz contra as facções”, aponta o magistrado.
Deu no portal da 98