Órgãos estratégicos do Executivo federal têm 190 mil cargos vagos

Esplanada dos Ministérios, em Brasília, onde atuam servidores do Executivo federal

 

O Poder Executivo federal tem 190.196 cargos vagos em órgãos estratégicos, como ministérios, institutos e agências. O levantamento feito pelo R7 — a partir das informações mais recentes do portal de Dados Abertos do governo federal — considerou os 20 órgãos com o maior número de cargos vagos.

O número representa 68,8% dos postos civis disponíveis na administração pública direta, autarquias e fundações, sem contar o Banco Central. Entre os motivos que levam às vacâncias, estão exonerações, morte de servidores, transferências de pessoal e aposentadorias (confira, ao fim desta reportagem, as cinco funções com mais desocupações em cada órgão).

Todo ano, os órgãos da adminsitração pública enviam ao organismo central — hoje, o Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos — as demandas necessárias para recompor o quadro de pessoal. Cabe à pasta federal, após receber os pedidos de todas as estruturas ligadas à União, a liberação de novas contratações.

Entre os ministérios, Economia, Saúde e Educação lideram a lista. Estruturas caras ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) também estão esvaziadas, como a Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).

Áreas de inteligência, controle e segurança também carecem de servidores. É o caso dos comandos da Marinha, do Exército e da Aeronáutica, da Polícia Federal, da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) e da Controladoria-Geral da União (CGU).

Procurado pela reportagem, o Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos informou que o número de cargos vagos no Executivo federal “reflete um acumulado de demandas históricas que perpassa décadas de administração pública”. De acordo com a pasta, o preenchimento das funções “está condicionado a uma série de fatores, que incluem prioridades dadas às diferentes políticas públicas e limitações orçamentárias e jurídicas”.

“Há, além disso, um processo intenso em andamento de digitalização de serviços públicos, o que, naturalmente, reduz a necessidade de mão de obra para algumas áreas de atuação. O fato, portanto, de haver cerca de 200 mil cargos vagos não significa que há deficiência no atendimento, defasagem ou que a administração necessite dessa força de trabalho. Significa, apenas, que há uma margem de atuação que o Estado poderá usar conforme as necessidades”, escreveu, em nota, o ministério.

O órgão se comprometeu, ainda, a “autorizar, à medida do possível, a recomposição das áreas estratégicas de governo, observada a disponibilidade orçamentária”.

Deu no R7

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