O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) fechou 2022 com lucro líquido de R$ 12,5 bilhões. Esse valor é recorde na história do banco e 46,2% superior aos R$ 8,6 bilhões de lucro de 2021. Já o lucro contábil, que considera efeitos extraordinários, foi de R$ 41,7 bilhões no último ano do governo de Jair Bolsonaro.
Entre os motivos para o lucro contábil ser maior que o recorrente estão os dividendos pagos pela Petrobras ao BNDES, que somaram R$ 17,2 bilhões. Além disso, a Oi pagou uma dívida de R$ 4 bilhões, que estava contabilizada em “devedores duvidosos”.
Também influenciou o resultado a reavaliação do valor das ações da JBS na carteira do banco — nesse caso, o incremento foi de R$ 6 bilhões.
Mas a instituição financeira ainda não sabe qual será a destinação do resultado do ano passado. O presidente do banco de fomento, Aloizio Mercadante, disse que ainda vai discutir com o Ministério da Fazenda sobre o volume de dividendos a serem pagos à União. No ano passado, cerca de 60% do lucro líquido foi destinado à União.
Diante do lucro recorde, o atual presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, teceu críticas ao governo anterior, afirmando que houve menos desembolsos em 2022 do que em 2015, quando o seu partido governava o país e usava o banco para fazer empréstimos internacionais. Ele afirmou que pretende aumentar os desembolsos de 1% do PIB para 2%.
“Não é esse o papel de um banco de desenvolvimento. Não é financiar o Tesouro nessa proporção, nessa escala, nessa velocidade. Todas as antecipações ocorreram antes que as aplicações do banco dessem o retorno esperado. Esses mecanismos que estão aí precisam ser revisitados e revistos”, disse Mercadante.
Deu na Oeste