Os deputados federais Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e Marcos Pollon (PL-MS) apresentaram uma notícia-crime à presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Rosa Weber, pedindo a abertura de um processo contra o deputado Guilherme Boulos (Psol-SP). A ação foi protocolada na quarta-feira 1º.
O deputado do Psol é acusado de apologia do terrorismo, por apoiar invasores de terras em Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e São Paulo. No documento, os parlamentares afirmam que Boulos incitou os crimes de esbulho possessório e terrorismo. Segundo a notícia-crime, Boulos promove uma “completa inversão de valores ao exaltar como legítimos os atos de terrorismo rural consistentes na expropriação, esbulho e turbação de terras alheias”.
Boulos gravou um vídeo defendendo as invasões promovidas no chamado “Carnaval Vermelho” da Frente Nacional de Luta. Nas imagens, o parlamentar aparece criticando o o fato de os sem-terra terem sido expulsos por “milícias montadas por fazendeiros” e “jagunços bolsonaristas”. Ele prometeu acompanhar o caso para denunciar o que chamou de “organização de milícias no campo” no país.
Em entrevista, o deputado Marcos Pollon afirmou que a atitude de Boulos legitima atos criminosos contra a propriedade privada e colabora com a insegurança no campo. O parlamentar pontuou que a ação apresentada ao STF busca impedir que o Parlamento seja apoiador deste tipo de crime de alguma forma.
“Se temos parlamentares que referendam a prática de crimes, homenageiam criminosos e referendam os seus atos, qual país estamos construindo?”, criticou Pollon. “Congressistas não podem homenagear criminosos, essa é uma atitude abjeta. Cria um ar de normalidade para um crime, além de fomentar a violência no campo. Esses movimentos jogam gasolina numa situação que já é delicada, usam as pessoas carentes como massa de manobra para fazer proselitismo em cima da miséria alheia, dando a falsa impressão que o caminho social para resolver o problema delas é a violência. Isso não pode ser tolerado.”
Deu na Oeste