“Lula faz afirmações como se estivesse em uma mesa de bar”, dispara Rogério Marinho

“Lula faz afirmações como se tivesse em uma mesa de bar”, dispara Rogério Marinho

 

O senador Rogério Marinho (PL) quer evitar o desmanche de avanços importantes realizados nos últimos anos. Para isso, o líder da oposição no Senado faz alerta para os demais parlamentares e sociedade sobre a postura que vem sendo adotada nos dois primeiros meses de gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que, segundo o senador, faz afirmações como se estivesse em uma mesa de bar. Além dessa afirmação, Rogério Marinho falou, em entrevista ao Sistema Tribuna, sobre a disputa pelo comando do Senado e quais os principais temores dos brasileiros.

Como o senhor avalia a responsabilidade e o seu papel de protagonismo já neste primeiro mandato de senador?

Primeiro é uma responsabilidade e uma tarefa importante no momento em que o país está passando. Nós fomos procurados pelos nossos pares depois do processo de eleição da mesa do Senado e fomos indicados pelos 22 senadores que compõe o bloco da oposição – do Republicanos, Progressistas, o Novo e o Partido Liberal -, e já estamos montando a nossa estratégia e o nosso plano de trabalho terá que ser apresentado aos senadores que fazem parte desse bloco de oposição, na primeira semana após o Carnaval.  A nossa ideia é contribuirmos pra que nós tenhamos um uma boa administração no país, porque nós temos que defender esse legado virtuoso do ponto de vista da economia e social, é impedir retrocessos e eu diria até evitar algumas incongruências que, certamente, caso sejam aprovadas vão impactar de forma muito negativa na sociedade brasileira.

Que retrocessos já ocorreram por determinação do presidente Lula ou aprovados no Congresso Nacional?

Eu diria que o governo que se instala do Lula tem sido pródigo em bater cabeças. É um governo confuso e me parece que claramente que falta um norte. O que um ministro diz pela manhã, um outro ministro se encarrega de desmentir à tarde. Esse padrão se repete inclusive com o presidente da República. Não sabemos muito bem qual é a direção real, mas se houver a repetição do padrão e como estiveram as administrações do PT, principalmente nos últimos anos do presidente Lula e da ex-presidente Dilma Rousseff, é um padrão que nós vamos ter dificuldade. Nós temos o histórico de desastre econômico e social como consequência. Nós temos um país que, em 2016, último ano do governo do PT, e tivemos um prejuízo, por exemplo, nas nossas estatais que eram aparelhadas pelos apaniguados políticos em mais de R$ 30 bilhões por ano.  Essa mudança começa a acontecer com a profissionalização da gestão das estatais, dos bancos públicos, a partir da lei das estatais que está em risco. Esse é um dos acenos negativos que esse governo faz.

O senhor acha que há ilegalidade nas indicações de Aloizio Mercadante para o BNDES e Jean Paul Prates para a Petrobras?

É evidente que (a Lei das Estatais) foi desrespeitada por um governo que acredita que pode tudo. Não estou falando nem no mérito das suas indicações se são ou não competentes, até porque no caso do Jean Paul, que é aqui do Rio Grande do Norte, para nós é até importante como norte-riograndense ter um presidente da Petrobras, porque é um cargo importante, mas nós não podemos acreditar que existem pessoas, indivíduos ou partidos acima da lei. Ninguém pode estar acima da lei, ela não vale só para um seguimento político.

Isso já foi questionado?

Já foi questionado por deputados, sociedade civil e, certamente, em breve, nós teremos um posicionamento no Judiciário e por parlamentares no Congresso Nacional.

Que outros pontos o senhor considera retrocessos e que podem impactar na economia?

Quando nós fazemos uma retrospectiva do que foi o governo do PT nos últimos anos e o que está acontecendo agora, estamos vendo um filme em que o padrão é absolutamente nítido, não deixa dúvida de que o atual governo pretende repetir. Por exemplo, a entrada do Mercadante no BNDES, o anúncio feito pelo presidente e pelo próprio Mercadante, é que vai voltar a emprestar recursos do trabalhador brasileiro, do cidadão brasileiro, a países que sequer pagaram os empréstimos que contraíram nos governos do PT. Por outro lado, temos o financiamento dos sistemas previdenciários, que é um problema mundial. Aí ver assumir o presidente e o ministro afirmando que não existe problema. Em seguida vem o ministro do Trabalho dizer que entre as principais prioridades da sua pasta está acabar com a reforma trabalhista, com a lei da liberdade econômica e as especializações. E agora no campo trabalhista a questão dos aplicativos. Nós temos 4,5 milhões de pessoas no Brasil inteiro que vivem em função desse empreendedorismo e que precisam realmente de alguma segurança e regulamentação, mas não dessa maneira agressiva, eu diria, extremamente arbitrária, de quem afirma que não precisa do Uber, que ele pode sair.

Com informações da Tribuna do Norte

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