Pesquisadores do Observatório de Valongo, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), descobriram um anel em torno de um pequeno corpo do sistema solar, definido como um objeto transnetuniano, e muito parecido com o planeta Plutão e, como este, candidato a ser um planeta anão.
“Pode ser pensado como um primo mais novo menor de Plutão”, disse o professor Bruno Morgado, do Observatório de Valongo, em entrevista ao grupo EBC. Ele é primeiro autor da pesquisa, publicada na revista internacional Nature.
Ao falar sobre o que essa descoberta representa para a ciência, Morgado argumenta que é relevante porque, até dez anos atrás, só se conhecia esse tipo de estrutura em volta dos planetas gigantes. A localização do anel, segundo ele, é o fator diferencial.
“A gente tem os anéis de Saturno, que são lindos; tem os anéis de Urano, de Netuno, de Júpiter”, destacou. O professor recordou que em 2013, há dez anos portanto, foi descoberto por um brasileiro o primeiro sistema de anéis em torno de um pequeno corpo do sistema solar, que foi o asteroide Chariklo.
Em 2017, descobriu-se o segundo exemplo, em torno do planeta anão Haumea e, agora, foi descoberto esse terceiro exemplo, que é em torno do objeto chamado Quaoar.
A pesquisa terá continuidade não só observando Quaoar, mas usando a técnica em outros objetos celestes para tentar encontrar outros anéis pelo sistema solar. “Possivelmente, existem outros que precisam ser descobertos. Vai ser interessante entender todos esses sistemas e perceber que os anéis, no final do dia, acabam aparecendo com diferentes formatos e tipos e que tudo isso vai trazer contribuições sobre como o sistema solar se formou e se tornou o que é hoje”, fundamentou.
Deu no Conexão Política