Aos 17 anos, um gênio previu: Rei Pelé. O escritor Nelson Rodrigues, apaixonado por futebol, após ver o garoto Edson Arantes do Nascimento jogando uma partida pelo Santos com o América (RJ) ficou maravilhado com os malabarismos que seus olhos assistiam. O placar do jogo foi 5×3 para o Santos.
Ali, Nelson Rodrigues decretou em forma de crônica: “Pelé leva sobre os demais jogadores uma vantagem considerável – a de se sentir rei, da cabeça aos pés”, disse o escritor na crônica publicada na revista Manchete Esportiva, do dia 8 de março de 1958.
Desde então, a coroa do Rei permaneceu. Foram três títulos, só conquistados por ele: 1958, 1962 e 1970, em quatro edições disputadas.
Piolhento
O texto do Nelson Rodrigues ainda dizia mais sobre o craque: “Quando ele apanha a bola e dribla um adversário, é como quem escorraça um plebeu ignaro e piolhento. Até que chegou um momento em que não havia mais ninguém para driblar. Não existia uma defesa. Ou por outra: a defesa estava indefesa”.
Nelson Rodrigues confirmou o que quando criança, aos 9 anos, o Rei prometeu ao pai: “Vou ganhar uma Copa do Mundo!”. O Rei não só ganhou uma, mas três Copas. Craque em qualquer posição no campo, até goleiro Pelé foi em quatro ocasiões, nos anos de 1960, quando os titulares não puderam assumir.
Fim da Guerra
Em 1969, numa partida em que Pelé era destaque fez parar a guerra entre a República Democrática do Congo e a Nigéria. Depois de o Santos deixar o território nigeriano, a disputa recomeçou!
Para o ex-jogador Tostão, não há um jogador sequer em nível de comparação de Pelé. Nem Messi, Cristiano Ronaldo e Maradona. “Pelé foi muito melhor do que todos eles”, disse. “Mais completo”, acrescentou. “Não tinha defeitos.”
Internação
Pelé foi internado, em 29 de novembro deste ano, no Hospital Albert Einstein, de São Paulo, para tratar de um tumor no cólon. Foi submetido a uma série de tratamentos, mas foi vencido pela doença, nesta quinta-feira (29/12).
