Governo do Irã anuncia fim da “polícia moral”

No Irã, após a Revolução de 1979, a lei passou a afirmar que mulheres são obrigadas a cobrir seus cabelos com o véu

 

O governo do Irã aboliu a polícia “moral” do país. A instituição, criada em 2005, foi duramente criticada nos últimos meses pelas prisões de mulheres jovens que não se vestiam de acordo com os costumes do país. O anúncio do fim da entidade foi feito, no sábado 3, por Mohamad Jafar Montazeri, procurador-geral iraniano.

“As mesmas pessoas que criaram a polícia da moralidade a desmantelaram”, declarou o procurador. “A instituição não tem nada a ver com o poder judicial.”

Conforme Montazeri, o poder Judiciário do país vai continuar fiscalizando o comportamento “em nível comunitário”. Além disso, o procurador acrescentou que as vestimentas femininas adequadas continuam importantes.

No sábado, o Conselho de Segurança do Irã informou que mais de 200 pessoas morreram em razão dos protestos que acontecem no país. No entanto, a ONG Iran Human Rights estimou quase 450 mortes.

O governo local acusa os países ocidentais de incentivarem a onda de manifestações que tomou conta do Irã depois da morte da jovem Mahsa Amini, de 22 anos. A moça foi presa em setembro deste ano pela polícia “moral” por uso impróprio do hijab, o véu islâmico.

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