O novo governo que irá assumir o Planalto em 1º de janeiro está provocando turbulência no mercado financeiro ao pôr a estabilidade fiscal em xeque. A Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Gastança, entregue na quarta-feira 16, prevê um estouro do teto de gastos que pode chegar a R$ 198 bilhões.
O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) defende que “não adianta pensar só em responsabilidade fiscal sem pensar no social”.
No entanto, para Luiz Fernando Figueiredo, o ex-diretor do Banco Central (BC), a visão do petista está errada, pois as duas coisas não são compatíveis. “É um enorme equívoco”, disse em entrevista à CNN. “Todos os países que acharam isso acabaram indo para o buraco, temos muitos exemplos na América Latina,” alertou.
Segundo o ex-presidente do BC, a estabilidade é um pressuposto para criar um ambiente para que o país possa crescer e atacar as necessidades. “Num país instável a inflação é muito alta. Quem mais perde com a inflação alta são os mais carentes, os desprotegidos”, explicou. “Não adianta vir um gasto fiscal grande suficiente para gerar instabilidade que, no final das contas, é ruim para os mais necessitados”, disse Figueiredo.
Ele ainda criticou a PEC da Gastança, classificando o novo arcabouço fiscal do governo petista como “um desastre”, por ir além do mínimo razoável.
Deu na Oeste