A Copa do Mundo do Qatar começa no próximo dia 20 de novembro e embora multidões de pessoas estejam nas ruas do país de verde e amarelo, o interesse não é no futebol de Neymar e companhia, mas no jogo da política, que no Brasil precisa de VAR.
Vou começar discordando totalmente dos colegas de imprensa que estão desqualificando e desmerecendo as multidões nas ruas. Um erro crasso.
O povo nunca erra quando vai às ruas e é preciso sensibilidade para entender o grito da massa e jamais criminalizar idosos, jovens, mulheres e homens que, aos milhões, protestam nas ruas das maiores cidades do país desde o anúncio do resultado das urnas.
Não há quem diga que as eleições presidenciais deste ano foram limpas, não há quem possa negar a censura e a perseguição de um dos lados da disputa, na eleição mais polarizada da história.
O juiz entrou em campo e apareceu mais que os jogadores e pior, vestiu a camisa vermelha de um dos times, que não jogou dentro das quatro linhas.
Imaginem a seleção brasileira roubada na final da Copa do Mundo com o juiz expulsando o camisa 10, anulando o gol e marcando pênalti inexistente para o adversário? Isso aconteceu nas eleições presidenciais no Brasil.
Não acusem os brasileiros que estão nas ruas de golpistas, não os vejam como antidemocráticos, sejam humildes, os escutem e compreendam o que eles dizem e desejam.
“O óbvio dos óbvios. Uma democracia não pode ser instaurada por meios democráticos: para isso ela teria de existir antes de existir. Nem pode, quando moribunda, ser salva por meios democráticos: para isso teria de continuar saudável enquanto vai morrendo.” Olavo de Carvalho.
Será que é possível a arrogância de alguns compreender tamanha verdade?
“O assassino da democracia leva sempre vantagem sobre os defensores dela. Ele vai suprimindo os meios de ação democráticos e, quando alguém tenta salvar a democracia por outros meios — os únicos possíveis –, ele o acusa de antidemocrático.” Olavo de Carvalho
Não é exatamente isso que estamos vivendo?
“É assim que os mais pérfidos inimigos da democracia posam de supremos heróis da vida democrática.” Finalizou o gênio Olavo de Carvalho.
Dificilmente haverá governabilidade e paz para um governo ilegítimo, que não tem apoio real sequer daqueles que o colocaram no poder.
A ampla aliança formada pelo sistema carcomido de poder em torno de Lula perecerá como um castelo de areia na primeira maré cheia. O mar não está para peixe, o mundo não ofertará condições para o velho pão e circo, muito menos para cerveja e picanha.
A Europa enfrentará um inverno rigoroso sem o gás russo em razão da arrastada guerra da Ucrânia. Os americanos deverão eleger um congresso oposicionista ao governo Biden por esses dias e por aí vai, a recessão mundial é praticamente uma certeza e as velhas e ultrapassadas ideias do PT de longe nos servirão para atravessar as crises que vamos enfrentar.
O povo não deixará as ruas, mesmo se frustrada a remota esperança de alguma ação militar, pois a insatisfação é muito mais profunda que o resultado indigesto da urna eletrônica, em uma disputa injusta e repleta de dúvidas e questionamentos.
O povo de verde e amarelo perdeu a crença nas instituições, tem o judiciário como vilão, o Lula como inimigo e ilegítimo presidente, enquanto desconfia de uma traição dos parlamentares eleitos por 30 moedas.
Os soluços de convulsão social serão cada dia mais constantes e a temperatura cada vez mais elevada e no meu entender, com uma escalada cada vez maior de insatisfação, com mais instabilidade e revolta.
Enfim, esse é um jogo sem fim, sem apito final e com diria Jackson do Pandeiro: Esse jogo não é um a um (se o meu time perder tem zum-zum-zum)
O melhor seria termos um novo jogo, uma nova eleição, sem Alexandre de Moraes. Como? Ninguém sabe e enquanto isso, só o asfalto para acolher a insatisfação popular.
Nas ruas, o povo emana seu poder e deixo aqui meus parabéns para os que lutam. Estes são os verdadeiros heróis desta combalida Nação.
Renato Cunha Lima é administrador de empresas, empresário e escritor
Sensacional. Simplesmente. Parabéns pelas palavras.