Em primeiro discurso, Lula promete volta ao passado

Lula foi eleito presidente da República neste domingo, 30

 

No primeiro discurso como presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) acusou as instituições brasileiras de trabalharem pela reeleição do presidente Jair Bolsonaro (PL). Sem mencionar os órgãos que estariam a serviço do atual chefe do Executivo, o petista afirmou que o objetivo desse conluio seria evitar a sua volta ao Palácio do Planalto.

“Não enfrentamos um adversário, um candidato”, afirmou Lula, ao lado de apoiadores. “Enfrentamos a máquina do Estado brasileiro, colocada a serviço do candidato da situação para tentar evitar que ganhássemos as eleições. Quero dar os parabéns às pessoas que votaram em mim. Considero-me um cidadão que teve um processo de ressurreição na política brasileira, porque tentaram me enterrar vivo. E estou aqui.”

Lula mencionou os feitos petistas em governos anteriores e ressaltou que o Estado assumirá um papel determinante no desenvolvimento do país. “A roda da economia voltará a girar, com a geração de empregos, a valorização dos salários e a renegociação das dívidas das famílias, que perderam seu poder de compra”, salientou. “Os pobres farão parte do Orçamento.”

O presidente eleito também endossou as pautas da esquerda identitária. “É preciso ir além, fortalecer as políticas de combate à violência contra as mulheres e garantir que ganhem os mesmos salários que os homens no exercício da mesma função”, disse. “Enfrentar sem trégua o racismo, o preconceito e a discriminação, para que brancos, negros e indígenas tenham os mesmos direitos e as mesmas oportunidades.”

Lula reafirmou a intenção de fortalecer os laços com países da América Latina e do Caribe. “Em minhas viagens internacionais, o que mais escuto é que o mundo sente saudade do Brasil”, observou. “Do Brasil que apoiou o desenvolvimento dos países africanos, por meio da cooperação, do investimento e da transferência de tecnologia. Que trabalhou pela integração da América Latina, da América do Sul e do Caribe. Que fortaleceu o Mercosul e ajudou a criar o G20, a Unasul e os BRICS.”

O petista disse ainda que pretende rever acordos internacionais e retomar a “reindustrialização do país”. “Queremos um comércio internacional mais justo, retomar nossas parcerias com os Estados Unidos e com a União Europeia — mas em novas bases”, considerou. “Não nos interessa acordos comerciais que condenem nosso país a eterno papel de exportador de commodities e de matéria-prima. Vamos reindustrializar o Brasil, investir na economia verde digital, apoiar a criatividade dos nossos empresários, dos empreendedores.”

Deu na Oeste

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