Senado aprova convite a Damares para se explicar sobre denúncias de crimes sexuais contra crianças na Ilha de Marajó

“Damares não apresentou nenhuma evidência do que falava, nem contou ter tomado alguma providência para punir os responsáveis, o que seria sua obrigação como ministra de Estado”, afirmou Carlos Fávaro

 

A Comissão de Direitos Humanos do Senado aprovou nesta terça-feira, 18,  um requerimento de convite feito à ex-ministra dos Direitos Humanos Damares Alves (Republicanos), senadora eleita pelo Distrito Federal, para que esclareça declarações que fez no dia 9 sobre a prática de abusos sexuais contra crianças na Ilha de Marajó, no Pará. O requerimento é de autoria do senador Carlos Fávaro, do PSD de Mato Grosso. Nele, o parlamentar pede que a Damares mostre as provas de sua fala.

Fávaro também requereu que a ex-ministra apresente quais foram as providências que tomou ao descobrir os casos e se houve denúncia ao Ministério Público ou à polícia. Segundo o senador, em caso de omissão do governo, a ex-ministra deve ser investigada por prevaricação.

“Damares não apresentou nenhuma evidência do que falava, nem contou ter tomado alguma providência para punir os responsáveis, o que seria sua obrigação como ministra de Estado”, afirmou Carlos Fávaro. “De fato, as afirmações da ex-ministra causam preocupação e perplexidade, em especial porque pode tratar-se de informações sigilosas às quais se teve conhecimento em razão do cargo público que ocupava.”

O convite do Senado ocorre no mesmo dia em que o Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos pediu ao Ministério Público Federal mais 30 dias para explicar as declarações de Damares sobre alegados abusos de crianças no Pará. O prazo inicial era de três dias.

A fala da ex-ministra aconteceu durante um culto na igreja Assembleia de Deus, em Goiânia. Na ocasião, Damares disse que crianças de 3 e 4 anos de idade da Ilha de Marajó eram traficadas e tinham seus dentes “arrancados para elas não morderem na hora do sexo oral” e se alimentavam de comida pastosa “para o intestino ficar livre para a hora do sexo anal”.

A afirmação fez com que o Ministério Público Federal do Pará pedisse informações ao ministério sobre a fala de Damares. A senadora eleita chegou a dizer que os relatos de abusos vieram de “conversas que eu tenho com o povo na rua”.

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