O líder do governo Bolsonaro na Câmara dos Deputados, Ricardo Barros (PP-PR) concedeu entrevista ao vivo para o Jornal da Manhã, da Jovem Pan News, neste sábado, 16, para falar sobre a decisão do Tribunal Superior Eleitoral de barrar as investigações contra institutos de pesquisas eleitorais e as movimentações políticas para o segundo turno, que será realizado no dia 30 de outubro.
Ele chamou de “negócio” a divulgação de erros em pesquisas. “Vender pesquisa errada, divulgar pesquisa errada, é um grande negócio. É um negócio bilionário. Quando terminou o primeiro turno, a bolsa subiu 5%, e o dólar caiu 4%. Quem já sabia que a pesquisa estava errada ganhou muito dinheiro, especulou muito no mercado.
Entrou a federal investigando, e Alexandre de Moraes manda suspender tudo como se não tivesse nenhum problema para ser resolvido no Brasil. É uma desconexão total com a realidade”. Para Barros o Congresso Nacional precisa agir para evitar que novos erros dos institutos de pesquisas sejam divulgados: “É um desrespeito à inteligência do eleitor”.
O parlamentar defendeu a instauração de investigações dentro das casas legislativas para “o quanto antes”. “Eu confio muito no Congresso Nacional e acho que temos que chegar numa medida a ser tomada de imediato para conter esses abusos e esses negócios. Muita gente ganha dinheiro com isso, pode ter certeza. E é isso que nós queremos investigar. Vamos conter essa malandragem de interferir na opinião das pessoas com pesquisas equivocadas”, defendeu Barros.
Questionado sobre o projeto de lei de sua autoria para alterar as regras de elaboração e divulgação de pesquisas eleitorais, o deputado disse que o PL é uma tentativa de impedir que esses recursos “continuem influenciando” o eleitor. “Boa parte dos brasileiros não quer perder o voto e, então, votam em quem as pesquisas dizem que vai ganhar. Isso, obviamente influencia o resultado das eleições.
O meu projeto prevê punir o estatístico responsável pela pesquisa que não conferir com a urna, o responsável pela empresa de pesquisa e o responsável pela empresa contratante da pesquisa. E também diz que os veículos de comunicação que queiram divulgar pesquisas eleitorais, que queiram tratar deste assunto, devem divulgar todas as pesquisas registradas, de modo que o eleitor, consumidor, terá várias informações, de várias pesquisas, e poderá fazer o seu juízo”, explicou.
Segundo Barros, além do seu projeto de lei, há outras nove tentativas no Congresso Nacional de alterar as regras atuais relacionadas a pesquisas eleitorais. “Não é um problema de agora, é de muitos anos, e o Congresso precisa enfrentar”.
Ao falar sobre o debate eleitoral deste domingo, 16, entre Jair Bolsonaro (PL) e Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Barros criticou a justiça eleitoral, afirmando que há uma espécie de “ativismo judicial” nas decisões que retiram propagandas do ar de determinado candidato e disse acreditar que o momento será esclarecedor para a população. “Espero que seja uma oportunidade de cada explicar aquilo que está em dúvida na cabeça do eleitor.
Mais importante do que se explicar de acusações é falar de saúde, educação, do futuro das pessoas (…) Espero que o debate esclareça ao brasileiro esse momento que nós estamos passando. A crise é mundial, não é culpa do Brasil. E o Brasil, sem dúvida, é o país que melhor está se saindo dessa crise, com inflação menor que nos Estados Unidos e na Europa, crescimento econômico maior que ambos e a menor taxa de desemprego dos últimos anos”, disse.
Deu na Jovem Pan.