Apesar da aliança a nível federal entre PT e PSB, os imbróglios não foram resolvidos e os dois partidos devem caminhar em lados distintos em oito disputas aos governos estaduais. Aliados históricos, não conseguiram compor em lugares como Ceará, Paraíba e Distrito Federal. Em outros quatro estados, o PT lançou candidato próprio ou se coligou com outras siglas, mas o partido de Carlos Siqueira deve manter neutralidade.
Em 15 estados, as duas siglas irão compor a mesma aliança. Em oito desses estados, um nome petista encabeça a chapa e em quatro, um pessebista. Nos outros três, PT e PSB apoiam um mesmo candidato de outras legendas.
Enquanto o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) escolheu o ex-tucano Geraldo Alckmin (PSB) para fidelizar sua aliança com o partido, o presidente Jair Bolsonaro (PL) terá uma “chapa puro-sangue”, sendo o vice do mesmo partido — o general Walter Braga Netto.
Em três estados, além de ser oponente do PT, o PSB apoia candidatos bolsonaristas. São eles:
- Mato Grosso: PSB apoia Mauro Mendes (União), em uma coligação que inclui PL, PSDB, Cidadania, MDB, Pros, Podemos e Republicanos
- Mato Grosso do Sul: PSB apoia Eduardo Riedel (PSDB). A coligação inclui PSB, PSDB, PDT, PP, PL e Republicanos
- Roraima: PSB apoia Teresa Surita (MDB). A coligação abrange PL, PSB e PMB
Mesmo em alguns estados em que são aliados, há divisões. Em Pernambuco, o presidenciável petista apoia o PSB e fechou com o nome do deputado federal Danilo Cabral para governador. Mas os petistas não aderiram de forma unânime e estão apoiando Marília Arraes, que já foi do PT e hoje está no Solidariedade.
No Rio de Janeiro, petistas chegaram a defender que o partido retirasse o apoio a Marcelo Freixo, do PSB, porque o partido não quis abrir mão da candidatura de Alessandro Molon, também da legenda, a favor do PT. O candidato petista ao Senado é André Ceciliano. Apesar das desavenças, Molon manteve sua campanha de forma independente.
Na Paraíba, o PSB tem candidato próprio, o atual governador João Azevêdo (PSB), mas ele deve contar apenas com o apoio de Alckmin, pois Lula vai apoiar Veneziano Vital do Rêgo (MDB). Questões regionais explicam o descolamento: o maior aliado de Lula no estado é o ex-governador e pré-candidato ao Senado Ricardo Coutinho (PT), que é desafeto de Azevêdo.
No Rio Grande do Sul, também não foi possível firmar um acordo. Edegar Pretto (PT) e Vicente Bogo (PSB) serão rivais na disputa.
O PT e a vice
Desde 2002, é a primeira vez que a vice na chapa federal petista é oferecida ao PSB. Em março de 2022, Alckmin se filiou ao PSB e meses depois foi sacramentado como vice de Lula.
Em 2002 e em 2006, o vice de Lula foi o empresário José Alencar, que passou pelo PL (então PR) e pelo Republicanos (antigo PRB). Já em 2014 e em 2018 o posto de vice de Dilma Rousseff ficou a cargo do MDB, com o experiente Michel Temer.
Informações do Metrópoles