A eleição majoritária – governador e senador – de 2022 no RN poderá ter desfecho inesperado, com os candidatos ora melhor posicionados sendo prejudicados pelos adversários surgidos de última hora.
É possível que aconteça.
Analisemos os atuais três primeiros colocados.
Fato novo – Para o governo do RN, a entrada do senador StyvensonValentim desaloja completamente Fábio Dantas da disputa final.
O senador já apresenta na pesquisa “Exatus” do AGORA RN, o dobro de votos do seu oponente (18.4% contra 8.95%).
Um terço dos consultados optou por não ter candidato, branco, nulo ou ninguém.
O voto útil dos bolsonaristas ferrenhos poderá canalizar para Styvenson.
Com esses percentuais haveria segundo turno entre ele e Fátima .
Fátima – A governadora Fátima Bezerra mantem-se na liderança, porém caiu de 38.8% para 32.5%.
O governo é aprovado por 36.2% e desaprovado por 46.15%.
Já na rejeição, a chefe do executivo fica com 31.35%, Styvenson 11.3% e Fábio Dantas 8.25
Mudanças – A rejeição não é uma coisa imutável.
Pode um candidato crescer, durante a campanha.
Ou candidato que era rejeitado consegue convencer as pessoas do contrário.
Até eleitores “decididos” mudam de opinião.
Senado – Na disputa pelo senado, as perspectivas são mais indecifráveis: Carlos Eduardo 23%; Rogério 18.75% e Rafael Motta 9.4%.
No item rejeição, Carlos Eduardo e Rogério Marinho estão próximos, 15.2% e 12.3% respectivamente.
O fato mais expressivo é que não sabem equivalem a 23.7 % e brancos/nulos/ninguém somam 22.6%.
O total é de 46.3%, quase a metade do eleitorado, não tendo ainda definição para o senado.
Previsão – O que poderá acontecer?
A rejeição a Fátima Bezerra levaria Styvenson para o segundo turno.
Para o senado, o candidato Rafael Motta poderá ajudar a eleição de Rogério Marinho, mesmo com o desgaste de imagem do bolsonarista, em função da participação na reforma da previdência e reforma trabalhista.
Falta a Rogério um discurso consistente para ser legislador, o que é totalmente diferente de ter sido ministro de estado, por dádiva do presidente.
A divisão de votos na base petista lhe beneficiaria.
Indagação – A argúcia política indaga, se existiria plano maquiavélico, para o PT “ganhar e não levar no RN” , com o aval do Palácio do Planalto..
Nesse caso, a decisão de última hora de Styvenson disputar teria sofrido influência de promessas bolsonaristas, garantindo-lhe votos para derrotar Fátima Bezerra, no segundo turno.
Igualmente, a entrada inexplicável de Rafael Mota terá sido premeditada para tirar votos de Carlos Eduardo, através de “acordo secreto” (não se sabe com quem!!!) para enfraquece-lo na disputa com Rogério Marinho, que seria o maior beneficiário.
Vitória & derrota – Trocando em miúdos, o plano maquiavélico no RN não conseguiria derrotar Lula para presidente, mas o bolsonarismo seria vitorioso no estado nas eleições majoritárias de governador e senador, com Styvenson e Rogério, respectivamente.
Maquiavel – Se realmente for verdadeira essa estratégia, terá sido aplicada a máxima de Maquiavel: “Vale mais fazer e arrepender-se, que não fazer e arrepender-se”,
Dr Ney Lopes de Souza é advogado, professor titular da UFRN e ex-deputado federal