Mesmo com os alertas da China de reação militar, a presidente da Câmara de Representantes americana, Nancy Pelosi desembarcou nesta terça-feira, 2, em Taiwan, ilha que os chineses consideram parte de seu território que deve ser reunificado, inclusive pela força se necessário. Uma declaração da equipe da líder democrata, do mesmo partido do presidente Joe Biden e terceira figura mais importante na hierarquia política dos Estados Unidos, afirmou que sua viagem “de forma alguma” contradiz a política oficial dos EUA, que reconhece “uma China” e não reconhece oficialmente Taiwan como um Estado independente. Imagens de televisão ao vivo mostraram a legisladora de 82 anos, que voou em um avião militar dos EUA para o Aeroporto Songshan de Taipei, sendo recebida na chegada pelo ministro das Relações Exteriores de Taiwan, Joseph Wu. Apesar de não ter afirmado e nem declinado se iria ou não à ilha, os meios de comunicação citaram os comentários do vice-presidente do Parlamento da ilha, Tsai Chi-chang, de que uma visita de Pelosi era “muito provável”. O jornal Liberty Times até chegou a informar que a deputada desembarcaria na terça-feira à noite, como ocorreu, e que deve se encontrar com o presidente Tsai Ing-wen.
“Os Estados Unidos… constantemente distorcem, obscurecem e esvaziam a política de ‘Uma China’”, disse o Ministério das Relações Exteriores de Pequim em comunicado após o avião de Pelosi aterrissar em Taiwan. “Esses movimentos, como brincar com fogo, são extremamente perigosos. Aqueles que brincam com fogo perecerão com isso”. Mais cedo, diante dessas declarações, o ministro chinês das Relações Exteriores, Wang Yi, afirmou que a visita de Pelosi à ilha seria vista como uma provocação. “Abuso de confiança dos Estados Unidos sobre a questão de Taiwan é desprezível”, declarou em um comentário publicado no site do ministério e que não menciona a deputada. No começo da semana um porta-voz do havia informado que essa ação seria vista como “uma interferência grosseira nos assuntos internos da China” e alertou que “o Exército de Libertação do Povo Chinês nunca ficará de braços cruzados”. Ela é a principal autoridade americana a visitar a ilha desde Newt Gingrich, então presidente da Câmara de Representantes, em 1997. A visita aumenta as tensões entre as duas superpotências globais que já se preparam militarmente para um possível ofensiva de qualquer uma das partes.