Relatório da ONU aponta recorde na produção e consumo da cocaína na pandemia

 

Novo relatório publicado pela Organização das Nações Unidas mostra que a produção global de cocaína superou o recorde de 1.982 toneladas a partir de 2020, ano em que a OMS declarou o surto de Emergência de Saúde Pública de Importância Internacional (ESPII) em razão do surto da Covid-19.

O trabalho corresponde a quarta edição do “Cocaine insights” e objetiva evidenciar os impactos da Covid-19 na cadeia de abastecimento de cocaína dentro e fora do Brasil, além dos seus efeitos nas atividades de grupos de crime organizado e no tráfico.

Segundo a pesquisa, o isolamento social, medida de biossegurança adotada para combater a disseminação da covid-19, influenciou a dinâmica de trabalho das forças de segurança brasileiras. Isso porque elas  passaram a dedicar mais recursos ao combate à circulação de drogas como maconha e cocaína. Por outro lado, a venda interna da maconha aumentou, sobretudo, pelos estímulos decorrentes  dos fluxos vindos do Paraguai.

Em percentuais, o índice de apreensões internas de cannabis cresceu 107% entre 2020 e 2021, em comparação com o período de 2018 a 2019. Mas o confisco de cocaína, no entanto, diminuiu 37% nesse intervalo, influenciado pelas interrupções no transporte internacional.

No que se refere à cocaína, o relatório mostra o seguinte cenário: enquanto a entrada do produto no Brasil tenha aumentado, o fechamento das fronteiras resultou na queda do seu tráfego para outros países.  O estudo chama atenção, ainda, para a variação na oferta de cocaína entre os estados.

Após o início da pandemia, os dados dispostos no documento sugerem uma tendência crescente da droga nos estados do oeste do país, enquanto se observa uma tendência decrescente nos estados a leste, à medida que os fluxos dos portos marítimos para fora do país diminuíram.

Deu na Tribuna do Norte

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