Passados quatro dias, o petista Lula da Silva ainda não se pronunciou sobre a morte do amigo e ex-ditador socialista de Angola, José Eduardo dos Santos, na última sexta (08/07).
Ex-guerrilheiro do MPLA, que liderou a sangrenta e violenta disputa pela independência em relação a Portugal, Dos Santos foi o “dono” de Angola de 1979 a 2017. Sua ditadura era considerada uma dos mais corruptas da África.
O ditador e sua família foram acusados de desviar recursos do petróleo, e sua filha Isabel, a mulher mais rica do continente africano, é acusada de fraude e lavagem de dinheiro.
As afinidades entre Lula e de Dos Santos tornava-os muito próximos. O petista visitou Angola várias vezes e financiou obras no país com recursos do BNDES.
Em 2014, já como ex-presidente, Lula deu uma camisa da seleção brasileira a Dos Santos, usou o avião presidencial e foi a evento na fundação do angolano. Lula também arrolou o colega angolano como sua testemunha na ação em que era acusado de corrupção envolvendo uma linha de crédito para a Odebrecht na África.
Apesar da amizade e cumplicidade, o petista silenciou sobre a morte do ditador de Angola por contra de uma estratégia eleitoral. O comportamento contrasta com as manifestações que ele fez após a morte de outros líderes mortos, como o uruguaio Tabaré Vázquez e o francês Jacques Chirac.
Estaria Lula preocupado em ver seu nome associado ao maior corrupto do continente africano ?