Depois da revelação de trechos inéditos da delação premiada de Marcos Valério à Polícia Federal (PF) – em que o ex-publicitário detalha a relação do Partido dos Trabalhadores (PT) como Primeiro Comando da Capital (PCC) – diversas notícias antigas que tratam do mesmo assunto estão sendo resgatadas. Um dos fatos que voltaram à tona esta semana é o caso do piloto de helicóptero envolvido em mortes de chefões do PCC que tinha apartamento no mesmo prédio onde fica o triplex de Lula.
Em 2018, a juíza da 1² Vara da Comarca de Aquiraz expediu um mandado de prisão contra o Felipe Ramos Morais, apontado pelas investigações como piloto usado nos assassinatos dos chefes do PCC, Rogério Jeremias de Simone, o Gegê do Mangue, e Fabiano Alves de Souza, o Paca. Os chefes da facção foram assassinados em em abril de 2018. Na época, Gegê era considerado o mais importante líder do PCC entre os que estavam em liberdade.
Durante as buscas realizadas pela polícia na época, foi identificado um imóvel no nome do piloto que ficava na cobertura do edifício Solaris, o mesmo no qual fica a cobertura triplex apontada como sendo do ex-condenado, Lula.
O Departamento Estadual de Prevenção e Repressão ao Narcotráfico (Denarc) pediu à Justiça o sequestro de bens de João Muniz Leite, ex-contador de Lula, por suspeita de lavagem de dinheiro para o crime organizado. As informações são do jornal O Estado de São Paulo.
De acordo com a reportagem, o Ministério Público acatou o pedido do Denarc. O caso se encontra a 1ª Vara de Crimes Tributários de São Paulo. Muniz e sua esposa ganharam 55 vezes em loterias federais no ano passado. Dentre as oportunidades, ele dividiu um prêmio de R$ 16 milhões na Mega Sena com o traficante de drogas Anselmo Becheli Santa Fausta, o Cara Preta, considerado um dos principais fornecedores de drogas do PCC. Ele foi morto em dezembro do ano passado.
Também em São Paulo, a Polícia identificou mais dois suspeitos de participarem de um esquema que envolvia a facção criminosa PCC no transporte público paulistano. O vereador Senival Moura (PT) também estaria envolvido. Segundo informações obtidas pela Folha de São Paulo, um delator forneceu os detalhes para os agentes policiais.
Desde o ano passado, o Ministério Público do Estado de São Paulo (MPE-SP) investiga o Instituto Anjos da Liberdade (IAL) e o Partido dos Trabalhadores (PT) por usar dinheiro do PCC para proteção legal e garantia de benefícios a integrantes da facção que estão presos em penitenciárias federais.
A ligação do esquema criminoso com o Partido de Lula e Dilma foi revelada no momento da prisão de um dos chefões do PCC, Décio Gouveia Luís ou ‘Décio Português’. No histórico de mensagens do celular do criminoso, divulgado em reportagem pelo G1, a polícia encontrou o que seria uma lista de pagamentos na ordem de R$ 3,2 milhões.
Desse montante, aparece o valor de R$ 1 milhão para uma pessoa identificada como Nicodemos da “corte interamericana” e R$ 1,5 milhão para “Geraldo adv” ou “Geraldo do PT”, que deveria ingressar com uma ação de Arguição de Descumprimento do Preceito Fundamental (ADPF) em parceria com o partido (PT) junto ao Supremo Tribunal Federal.
Os pagamentos teriam sido autorizados pelo Décio Português para que advogados e o IAL denunciassem o Brasil na Corte Interamericana de Direitos Humanos contra a portaria do então Ministro da Justiça, Sérgio Moro, que proibiu visitas íntimas em penitenciárias federais.
Décio Português foi preso em uma casa de luxo na cidade de Arraial do Cabo, no Rio de Janeiro, em 2019. Segundo a polícia, o bandido estava reformando outros dois imóveis de luxo com dinheiro do tráfico. De acordo com o Ministério Público, Décio Português atua dentro e fora dos presídios paulistas com ramificações em todo o país e no exterior.
Informações do Brasil Sem Medo