O governo brasileiro quer agregar valor a produtos exportados para a China, em especial, àqueles ligados a minério de ferro, soja e petróleo. Além disso, as diretrizes que estão sendo elaboradas nos planos bilaterais com o país comunista devem favorecer a abertura das relações e investimentos em setores como agricultura, saúde, infraestrutura, comércio, educação e sustentabilidade.
As afirmações acima são de Hamilton Mourão (Republicanos), vice-presidente da República. O general participou da 6ª sessão plenária da Comissão Sino-brasileira de Alto Nível de Concertação e Cooperação (Cosban), nesta segunda-feira (23), no Palácio Itamaraty.
“Queremos agregar valor nas três commodities que mais exportamos para a China: soja e derivados, minério de ferro e petróleo. E queremos abertura para novos produtos. Hoje, discutimos a questão do trigo que será produzido na Bahia, no Ceará e em Roraima”, disse.
Mourão revelou ainda que o Brasil tentará se beneficiar de alguns fundos verdes criados pelos chineses. “Ano passado, eles criaram um fundo de apoio a ações de combate ao desmatamento visando a promoção do desenvolvimento sustentável da Amazônia. Estamos discutindo formas de termos acesso a esse fundo”, contou.
Após o encontro virtual, ele foi questionado por repórteres sobre a relação entre os dois países em meio a declarações do presidente Jair Bolsonaro (PL) sobre o regime chinês durante a pandemia. Ao responder, Mourão reconheceu que “houve alguns ruídos”, mas que as conversas diplomáticas sempre foram de “alto nível”.
“A questão do nosso relacionamento do Brasil e China é um relacionamento que vem se desenvolvendo no mais alto nível. De vez em quando sai algum ruído. Isso faz parte”, comentou.