Passados dois anos de paralisações e incertezas provocadas pela pandemia da covid-19, os empresários que trabalham na área de serviços de lazer tem razões para comemorar com o controle e estabilidade da situação sanitária. Isso pode ser percebido pela quantidade de eventos e o funcionamento de bares e restaurantes na capital potiguar. No entanto, os setores enfrentam dificuldades financeiras nesse cenário de retomada.
O que tem tirado o sono de empresários do ramo de bares e restaurantes é o aumento do preço dos insumos, associado ao pagamento de empréstimos firmados durante o momento de maior dificuldade da pandemia e que são cobrados agora.
De acordo com o presidente da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes no RN (Abrasel/RN), Paolo Passariello, a frequência do público e o faturamento do setor já voltaram aos níveis pré-pandemia. A dificuldade, segundo ele, é lidar com os valores de antes com a inflação de hoje. Com objetivo de não perder clientes, a estratégia é segurar ao que pode o preço dos pratos e bebidas comercializadas nos estabelecimentos.
Um levantamento feito pela Abrasel mostrou que cerca de um terço dos estabelecimentos ainda operavam com prejuízo em fevereiro deste ano, mesmo com a retomada plena. Na conta do que entra e sai do caixa, também está incidindo o pagamento de empréstimos.
“Pagamos uma conta altíssima. Para deixar a população em casa, fomos obrigados a fechar. Vamos dizer que ajudamos, entre aspas, a população para evitar a propagação do vírus, mas em troca não obtivemos nada”, afirma Paolo Passariello. Ele lembra das linhas de créditos abertas ao setor durante o auge das limitações do comércio, mas diz que “não foi dado” e que agora tem de pagar.