O ex-presidente dos EUA Donald Trump disse nesta segunda-feira (25) que não retornará ao Twitter mesmo que sua conta seja reativada, após a plataforma ter sido comprada pelo bilionário Elon Musk.
Em entrevista à emissora americana Fox News, o republicano afirmou que irá integrar formalmente sua própria rede social, a Truth Social, na próxima semana, como estava planejado. “Não vou para o Twitter, vou ficar no Truth”, disse. “Espero que Elon compre o Twitter porque ele vai fazer melhorias e é um bom homem.”
O bilionário já deu declarações de que acredita que o Twitter deveria ser uma plataforma para a liberdade de expressão. Após o anúncio da compra, funcionários perguntaram ao atual presidente da empresa, Parag Agrawal, sobre o futuro da conta de Trump. “Assim que o acordo for fechado, não sabemos para que direção a plataforma irá”, respondeu. “Acredito que quando tivermos uma oportunidade de falar com Elon, é uma questão que devemos fazer a ele.”
O Twitter baniu permanentemente a conta do ex-presidente no início de 2021, poucos dias após uma multidão insuflada por Trump invadir o Capitólio dos EUA durante a chancela da vitória de Joe Biden. À época, a empresa explicou que “uma análise detalhada das mensagens recentes da conta [de Trump] e do contexto em torno delas”, a decisão pela suspensão foi tomada.
O Twitter Safety, que cuida da segurança da plataforma, justificou o banimento dizendo que a estrutura da rede social existe para permitir que o público ouça líderes mundiais diretamente, mas que “há anos deixamos claro que essas contas não estão acima de nossas regras”. “Elas não podem usar o Twitter para incitar a violência.”
Logo após a decisão, Trump publicou na conta oficial da Presidência americana que o Twitter vinha “indo mais e mais longe em banir a liberdade de expressão” e criticou a Seção 230 da Lei de Decência nas Comunicações, que oferece às empresas imunidade sobre o conteúdo veiculado por usuários e as protege de ações judiciais.
Essa norma dá o poder de moderação às empresas e estipula que elas não são responsáveis por comentários que as pessoas publicam em suas plataformas. As mensagens foram apagadas posteriormente pelo Twitter.
Já naquela época, o republicano levantou a possibilidade de criar uma própria plataforma de internet.
A suspensão no Twitter fez parte de um movimento de diversas plataformas, que também bloquearam, temporariamente ou não, as contas do ex-presidente. Com o ataque ao Capitólio, as redes sociais ficaram sob forte pressão devido ao seu papel na disseminação de notícias falsas e discursos de ódio.
Um relatório da Avaaz, organização global de defesa dos direitos humanos, por exemplo, apontou em março do ano passado que o Facebook permitiu a propagação de desinformação e de conteúdos que incitam a violência, tanto no período anterior à eleição presidencial nos EUA quanto depois do dia da votação.
FolhaPress