
O Parlamento da Rússia aprovou nesta sexta-feira, 04, leis que punem a publicação de informações falsas sobre as Forças Armadas russas, em um movimento que, na prática, criminaliza a cobertura da guerra da Ucrânia na imprensa e em redes sociais. A lei entra em vigor no sábado e torna um crime chamar a guerra de guerra em vez de “operação militar especial”. A pena vai de 1 a 15 anos de prisão.
Como consequência do projeto de lei, o serviço da BBC em Moscou e o jornal Novaya Gazeta – do ganhador do Nobel Dmitri Muratov – e o canal alemão Deutsche Welle foram bloqueados pelo órgão de vigilância de comunicações da Rússia. O mesmo ocorreu com o Facebook e o Twitter.
Vyacheslav Volodin, presidente da Câmara e aliado de Putin, disse que os mentirosos e os que desacreditaram nossas forças armadas sofrerão punições muito duras. Ainda não está claro qual será o tratamento dado a jornalistas que trabalham como correspondentes dentro da Rússia, mas pelo menos um deputado disse que deveriam responder à mesma lei.
A rede americana CNN e a Canadian Broadcasting Company (CBC) vão parar o trabalho de suas sucursais na Rússia, pelo menos temporariamente, citando a nova lei assinada pelo presidente russo, Vladimir Putin, que, segundo eles, prejudicava a reportagem independente sobre a invasão da Ucrânia. A CNN disse que “avaliaria a situação”. O CBC chamou sua mudança de temporária enquanto obtém clareza sobre essa legislação.
O texto do decreto é vago e oferece poucos detalhes do que pode constituir uma infração. A lei também criminaliza a divulgação de informações falsas, em um movimento que deve mirar opositores de Putin.