Separadas por um intervalo de 50 anos, avó e neta simbolizaram o drama da ocupação das áreas serranas de Petrópolis. As duas Cecílias da mesma família morreram da mesma forma: foram vítimas dos efeitos de temporais que atingiram a cidade e foram soterradas.
A irmã de Cecília Fiorese, morta na última terça-feira (15/02), falou sobre a triste coincidência: “Minha avó se chamava Cecília e morreu soterrada. A minha irmã se chamava Cecília e morreu soterrada”, revelou.
A administradora Cecília Fiorese de 40 anos foi uma das mais de 100 vítimas do desastre petropolitano. Ela foi batizada com o mesmo nome em homenagem à avó, que nunca chegou a conhecer.
Camila Lima, irmã e neta das duas Cecílias deixou Petrópolis no início dos anos 2000. Com 37 anos, voltou à cidade para ajudar e amparar seus parentes que ainda vivem na cidade. A nova tragédia familiar despertou nela um desejo: “A minha vontade é tirar toda a minha família de Petrópolis”, disse Camila.
Até o início deste sábado (19/02), a contabilidade da tragédia já registra 136 mortos e 218 desaparecidos.