A Procuradoria-Geral do Peru informou na noite desta terça-feira (4) que vai abrir uma investigação contra o presidente do país, Pedro Castillo, por conluio e tráfico de influência após o fim do seu mandato.
“A procuradora da nação, Zoraida Avalos Rivera, abriu uma investigação preliminar contra o presidente da República, José Pedro Castillo, por ter cometido supostos crimes contra a administração pública”, diz a nota oficial. No entanto, a ação só vai começar a tramitar em 2026 “por conta da imunidade absoluta” conferida pela Constituição.
Ainda conforme o comunicado, seriam três suspeitas contra Castillo. No primeiro, ele é acusado de “ter interferido de maneira imprópria e indireta” em uma concorrência pública para a construção de uma ponte sobre o rio Huallaga na região de San Martin, no valor de US$ 58 milhões.
No segundo, o Ministério Público o acusa de ter interferido em um processo de compra de biodiesel no mercado local para “que a empresa Heaven Petroleum Operator, liderada pelo empresário Samir Abudayeh, conseguisse um contrato de importação de US$ 74 milhões”.
O terceiro é por suposto crime de “tráfico de influência e patrocínio ilegal” para a promoção de oficiais militares que são simpatizantes de seu governo.
Desde que assumiu o poder, em 28 de julho, Castillo vem sendo alvo de ações de opositores de direita e fujimoristas para ser deposto. No início de dezembro, um pedido de abertura de impeachment foi rejeitado. O caso envolvia a suposta promoção dos militares que apoiaram a eleição do presidente.
Há décadas, o Peru vive numa intensa e profunda crise política, com a renúncia de dois dos últimos presidentes, além de diversos pedidos de abertura de impeachment.