O tapete mágico no Brasil não voa como nos contos de Xerazade, aqui temos um tapetão cabuloso, capaz de esconder os mais escabrosos escândalos de corrupção.
No tapetão mágico brasileiro, que pairou no TRF1, os ex-deputados Eduardo Cunha e o potiguar Henrique Eduardo Alves conseguiram a anulação de suas respectivas condenações por envolvimento no esquema de cobrança de propina de empresários em troca de contratos com a Caixa Econômica Federal.
Por unanimidade, os desembargadores federais da Terceira Turma do TRF1 entenderam que o caso não era de competência da Justiça Federal e enviaram o processo para a Justiça Eleitoral do Rio Grande do Norte.
O danado do tapetão mágico anda agitado, até um dos processos do múltiplo condenado Sérgio Cabral, ex-governador carioca, talvez o único corrupto ainda preso no Brasil, segue para a anulação.
A Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal decidiu que o juiz federal Marcelo Bretas não era o juiz competente para julgar o processo onde Sérgio Cabral foi condenado a 14 anos e 7 meses de prisão, por corrupção na área da saúde.
Pelo andar da carruagem não vai demorar muito para Sérgio Cabral conseguir a anulação de seus processos e ser o último dos moicanos a sair da cadeia como se nada tivesse acontecido. Com seus casos escabrosos de corrupção indo para o esquecimento debaixo do tapetão mágico.
O Geddel Vieira, aquele que tinha um apartamento onde residia milhões em dinheiro de origem suspeita, encontradas em malas e mais malas, também foi agraciado pelo tapete mágico, quando meses atrás o STF anulou a sua condenação por organização criminosa.
Não é brincadeira não, no Brasil fica a impressão que só fica preso mesmo quem deixa de pagar pensão alimentícia e quem fala mal de ministro do STF. Olha que o ex-deputado Henrique Eduardo Alves quase volta para cadeia em razão do não pagamento de pensão alimentícia para um dos seus filhos.
Não tenho dúvidas que tudo isso ocorre no Brasil por conta do “papai” Lula. Para livrar o múltiplo condenado e chefão do PT, o amiguinho STF abriu as portas do inferno, liberando possibilidades de nulidades processuais para todo tipo de delinquente, sobretudo para os políticos condenados em escândalos de corrupção.
A intenção clara é mesmo esconder para o infinito e além toda a roubalheira e sujeira que assistimos nas últimas décadas. Tudo foi para debaixo do tapetão mágico.
Quando a narrativa “esquerdotoide” diz que Lula foi perseguido por Sérgio Moro e procuradores da operação Lava Jato, ignoram que a mesma narrativa lunática é repetida como disco arranhado por todos os outros coitadinhos e ex-condenados aqui citados, que foram agraciados por nulidades de seus processos às vésperas dos festejos natalinos.
A amnésia seletiva de uma parcela da população precisa ser revertida para as eleições vindouras ou estaremos condenados a cleptocracia despudorada e escancarada com o retorno das aves de rapina.
Precisamos levantar o tapetão mágico e mostrar toda a sujeira que o judiciário escondeu sem ser capaz de proferir uma só sentença de inocência para quaisquer dos citados aqui.
Lula em destaque, o mais beneficiado de todos com benevolência suprema, mesmo com todo o esforço, não conseguiu uma só sentença lhe atribuindo inocência, pelo contrário, todas as suas sentenças condenatórias somente foram anuladas, assim como dos demais.
A impunidade parece uma realidade irreversível, isso é fato, com os casos prescritos e impossibilitados de serem novamente julgados, mas ainda há o julgamento popular nas urnas do próximo ano.
Assistir além da impunidade penal a eleição dessa turma seria comprovar o mau-caratismo do eleitor e a decretação final da decrepitude moral e ética do Brasil, não podemos permitir, não podemos tolerar.
Depois de tantos bilhões saqueados no Brasil, não podemos deixar todos esses escândalos de lado, como se nada tivesse acontecido.
Renato Cunha Lima é administrador de empresas, empresário e escritor